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Menino, não misture as massinhas
Child playing with colorful clay making animal figures - closeup on hands
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Neste artigo:

Dê permissão à sua criatividade assumindo uma postura de autorreflexão e auto questionamento sobre o motivo das regras

Aposto que você que está lendo este texto, obviamente já foi criança, e ouviu essa ordem dada por alguém mais velho, seja sua mãe, avó, cuidadora ou professora: não misture a massinha! Sim, daquelas mesmo, as de modelar que toda criança ama! Eu que fui criança como você, recebia e praticava tal ordem com respeito. Lembro da minha mãe que dizia isso para mim e, principalmente, das professoras. As professoras com a seguinte frase: “guardem direitinho cada uma em seu potinho para não misturar, crianças.” E farei aqui um mea culpa porque, como mãe, já multipliquei essa regra em casa.

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Mas por que diabos não podemos misturar as benditas massinhas? Já repararam como fica bem mais legal quando misturamos as cores? Quando ficam mescladas ou quando novos tons surgem? E o toque pessoal, hein? Algo do tipo: “essa é a minha massinha, ninguém tem igual.”  Então, por que não misturar? “Porque não!” “Porque não, não é resposta.” Oras bolas, não é mesmo.

Misturem, sim, as massinhas

Quer saber, em nome da libertação da criatividade, e a partir do meu direito adquirido como mãe, psicóloga, coach e educadora parental, além de criança frustrada, eu proponho o movimento: M.A.M – Misturem As Massinhas!

É isso! Passamos a vida recebendo ordens e seguindo regras que, inocentemente, prejudicam nossa capacidade criativa, de ousadia e inovação. Essas regras colam em nós de tal forma que acabamos por nos tornarmos cegos e obedientes multiplicadores delas. Começamos a receber tais ordens e regras na casa de nossos pais, depois em nossas escolas, universidades, em nossas empresas e, por fim, em nossas próprias casas com nossos filhos.

Já percebeu a saia justa na qual ficam pais, educadores e cuidadores quando as crianças questionam regras?  O que elas pretendem não é demonstrar desobediência ou desrespeito, elas buscam um motivo. Bingo! É isso! Por que manter as massinhas como as recebemos? Branco com branco, verde com verde, azul claro com azul claro?

Dê permissão à sua criatividade. Primeiramente, assumindo uma postura de autorreflexão e auto questionamento sobre o motivo das regras. Tanto as que você está submetido quanto aquelas que têm multiplicado. Exponha com elegância e sutileza o resultado de sua reflexão e questionamento caso te levarem ao silêncio como resposta. Por fim, permita-se “misturar massinhas” em sua vida pessoal, em sua carreira, em sua vida profissional. Teste novas combinações, observe os resultados. Misture até ficar satisfeito com o que observar. Experimente. Enquanto eles não misturam, liberte-se dessas crenças, ouse você!

P.s.: Enquanto escrevia este texto, um par de olhinhos de uma pequenina de seis anos observava e lia em voz baixa “não misture as massinhas”. Então ela diz: “eu não misturo as massinhas, mamãe!” Então, com medo da resposta, pergunto: “por que, filha?” “Ah, porque não!” Engulo seco. Mas, encorajada pergunto: “é mais legal misturar ou não misturar?” “Misturar né, mamãe.”

Meninos, meninas, pequeninos ou crescidos, misturem as massinhas!

Ana Paula Puga é psicóloga, autora de dois livros, educadora parental, coach e conselheira positiva. Também é casada e mãe de três crianças. Seu Instagram é @ana_paula_puga

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