COMPARTILHE
Maravilhar-se é capacidade intrínseca a todas e todos nós
A importante necessidade de maravilhar-se (Foto: Nagara Oyodo/Unsplash)
Siga-nos no Seguir no Google News

Penha Franzotti Donadello, da comunidade Vida Simples, enviou para o blog Você + Simples um texto sobre a nossa libertadora capacidade de nos maravilhar com a natureza que está dentro de nós e nos cerca. Boa leitura!

Maravilhar-se
Olhe para tudo como se fosse a primeira
ou última vez. Então seu tempo na Terra
será repleto de glória.
Beth Smith

O maravilhar-se diante das coisas, ainda que corriqueiras, é uma das mais preciosas possibilidades de vivenciarmos com inteireza o momento, deixando entrar em nós pedaços de poesia da vida.

Podemos nos maravilhar com um poema, uma paisagem, uma situação inusitada, uma chuva na vidraça, uma música, a cortês atitude de pessoas, o voar do pássaro no céu, a sombra dos prédios na alameda…

Não é somente ver, mas perceber além do óbvio. O jornalista mineiro Mário Chrispim escreveu lindamente assim:

“O mar chora fazendo chuá… chuá… porque não banha as costas de Minas Gerais”.

O mar chora. Linda metáfora. Imagino seu olhar fixo no vai e vem manso e sonoro das ondas na praia, homem das serras das Gerais, mergulhado nas belezas do mar.

A montanha, o mar… Ambos cativam. E se oferecem distintos a quem tem olhos de ver e disposição para sentir. Ambientes montanhosos debruam o vale e nos tocam pela segurança e aconchego. Gosto da fala sensível da poeta brasileira Helena Kolody:

“Quem bebe da fonte que jorra da encosta, não sabe do rio que a montanha guarda”.

Quantas impressões prazerosas nessa máxima! Sim. A natureza desenha, dessa forma, sua verde verticalidade imponente – as montanhas – onde guarda as águas sagradas que a horizontalidade azul e serena – o mar – recebe.

Pois que “o mar não recusa nem um rio”, na belíssima citação de Thomas Fuller, pensador inglês. O mar, por sua vez, carrega, em sua imensidão, invejável liberdade.

A natureza é portal para o maravilhar-se

Assim também o voo baixo da gaivota sobre areia da praia que se perde no azul do céu como o mar se perde nos matizes esverdeados do oceano. A nós, resta a sensação de emancipação, ao contemplar esse esplendor.

Por que atrofiar e falecer o olhar entre paredes de apartamento? Por que nos privar de voos altos? De impressões cujo bem-estar trazem força interior que dias depois quando a evocamos, reacende como brasa ao vento?

Que força é essa que nos deixa em estado de graça, diante de situações singelas e despretensiosas? Essa faculdade vem de fora ou brota de nosso âmago? Essa força existe.

O crente tem convicção de ser algo divino; por outro lado, o incrédulo dirá que é algo do acaso. Outros acham exagero, não mais que bonito, sem se emocionar ou maravilhar-se. Sim, há os que não conseguem entreouvir tais momentos.

A questão é: por que o que sobra em uns, falta em outros? A ciência afirma que as sensações agradáveis são provocadas pelo bom funcionamento dos chamados hormônios da felicidade.

Leia mais textos publicados no blog Você + Simples

Somos todos capazes de nos maravilhar

“Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”, poetizam Almir Sater e Renato Teixeira.

Todos podemos alcançar esse estado de enlevo quando desenvolvemos em nós o espirito de contentamento e gratidão, pelo que somos e possuímos.

Não seria a gratidão, caminho para o maravilhar-se? Como nos orientou Paulo na sua primeira carta aos Tessalonicenses: “Em tudo dai graças”! Talvez, faz-se necessário desenvolver em nós boa dose de simplicidade. Alcançamos isso?

Penso que para “conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs”, primeiro temos que abrir mão das superficialidades e artificialidades que nos sufocam para que a alegria pura, possa pulsar diante de nosso olhar.

Você pode gostar de
Um caminho para recuperar o encanto pela vida
Decifre seus desertos pessoais: 2 lições valiosas para superar desafios
A arte de se encantar com a vida que se tem


Penha Franzotti Donadello é natural de São Mateus (ES). Vive em Matilde, distrito de Alfredo Chaves (ES). Licenciada em Desenho e Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e pós-graduada em Arte-Educação. Para ela, escrever é interagir com a essência das pessoas.


Este texto foi produzido por uma pessoa assinante da Comunidade Vida Simples e publicado no blog Você + SimplesEscolha um de nossos planos e tenha a possibilidade de ter seu texto avaliado e publicado pela Vida Simples.

0 comentários
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

Deixe seu comentário