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    Fernanda Torres, a histórica vencedora do Globo de Ouro que ‘não estava preparada’
    Foto: Reprodução/Globo de Ouro
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    O ano começou com um marco histórico para o cinema brasileiro. Teve muita torcida, unhas roídas e dedos cruzados até que Fernanda Torres tivesse seu nome anunciado por Viola Davis como a grande vencedora do Globo de Ouro por sua atuação em “Ainda Estou Aqui”. O filme de Walter Salles é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua família durante a ditadura militar brasileira.

    Na categoria de Melhor Atriz em Filme Dramático, a brasileira concorria contra grandes nomes do cinema mundial. Estrelas da grandeza de Angelina Jolie, Nicole Kidman e Kate Winslet. Ao subir ao palco, visivelmente emocionada e surpresa, Fernanda Torres agradeceu ao diretor e à mãe Fernanda Montenegro depois de dizer que não tinha nenhum discurso pronto para aquele momento.

    “Eu não preparei nada, porque eu já estava feliz [com a indicação]”, declarou a, agora, única representante brasileira a receber a honraria. Ela nos lembrou em sua fala que a vida reserva bons momentos inesperados e que, às vezes, não nos sentimos prontos. O que não significa que não estejamos.

    O medo de falhar nos afasta da confiança em nós mesmos

    Mesmo com a gigante torcida brasileira e a esperança depositada, Fernanda Torres confessou, com sinceridade, que não havia preparado um discurso, pois não acreditava que iria, de fato, ganhar o prêmio.

    E nem precisaria ser algo assim tão grandioso como uma honraria internacional: em diferentes graus, é comum haver momentos em que a gente não se sente preparado. Isso ocorre porque o medo é um sentimento comum, presente e ativo na vida das pessoas.

    “O medo talvez tenha sido e ainda seja, mais do que qualquer outra emoção, crucial para a sobrevivência da nossa espécie”, explica o psicólogo Daniel Goleman, autor do best-seller Inteligência Emocional (Objetiva), em entrevista para a Vida Simples. É graças ao medo que nos protegemos de situações perigosas, por exemplo.

    Mas é preciso saber até que ponto esse medo nos faz bem ou nos paralisa. Leninha Wagner, doutora em psicologia e fundadora da Substância Singular Psicologia Clínica, explica que “esperar pelo pior ou minimizar as expectativas é um reflexo psicológico que muitos de nós usamos para evitar o impacto da decepção”.

    Segundo a especialista, é como se disséssemos: “Se eu não criar expectativas, não sentirei tanto a dor de um possível fracasso”. O mecanismo, que é fruto do medo, até pode parecer protetor. Mas, na verdade, limita a capacidade de nos entregar completamente à experiência.

    “No caso de Fernanda, essa reação revela a humildade que muitas vezes acompanha os maiores talentos. Apesar de sua genialidade artística e do peso de carregar o DNA de dois dos maiores ícones do teatro e do cinema brasileiro, sendo filha de Fernanda Montenegro e Fernando Torres, ela nos mostrou que até mesmo os grandes têm dúvidas”.

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    Na comparação, nos autossabotamos

    Comparações constantes podem minar a nossa própria percepção, o que leva a momentos de baixa autoestima e pouca confiança em nossa capacidade.

    “Há sempre um outro em nossos importantíssimos celulares expondo o quanto conseguem produzir mais, melhor e suficiente. Há sempre um outro em nosso ideal que fazemos questão de esquecer que é um outro igualzinho a gente: limitado”, pontua a psicóloga, psicanalista e escritora Larissa Lima, em uma matéria da edição 259 da revista.

    Larissa completa que nunca é possível alcançar o que consideramos ideal, porque esse ideal que seguimos sempre muda. “Quando se chega perto, já é outra coisa”, pontua.

    Assim nasce o que chamamos de síndrome do impostor. Como explicado na reportagem Cultive sua coragem e aprenda a realizar o que seu coração deseja, essa síndrome nos causa uma enxurrada de pensamentos negativos: ao mesmo tempo em que somos críticos conosco porque conhecemos as nossas limitações, medos e ansiedades, achamos que as pessoas que estão realizando coisas incríveis ao nosso redor são mais corajosas.

    Isso surge de uma falsa impressão criada porque, na verdade, não conhecemos por completo a história de mais ninguém além da nossa. Ao admirar alguém, idealizamos a sua existência como se não houvesse medo ou outras adversidades no caminho.

    Vai com medo mesmo!

    Para mudar essa mentalidade, o cultivo de um otimismo realista é uma excelente ferramenta. Quem explica isso é Cintia Castro, psicoterapeuta e psicanalista: “Em vez de esperar o pior ou criar expectativas irreais, o otimismo realista propõe reconhecer os desafios, mas também abraçar a possibilidade de sucesso de uma forma saudável”.

    Segundo a especialista, a autocompaixão é outra estratégia que funciona bem contra a autossabotagem. Em vez de nos protegermos da decepção abaixando as expectativas, podemos aprender a acolher nossos sentimentos, independentemente do resultado.

    Para Cintia, encarar desafios, mesmo sem estar preparado ou com medo, é crucial porque cria oportunidades de crescimento e superação. Afinal, embora o medo seja uma reação natural, ele não deve nos paralisar.

    “A confissão de Fernanda Torres não apenas revelou sua vulnerabilidade, mas também nos convidou a refletir sobre como lidamos com as incertezas da vida”, complementa a psicanalista.

    Talvez o verdadeiro desafio, reflete Cintia, seja equilibrar a preparação para o pior com a abertura para o melhor, permitindo-nos viver plenamente tanto os sucessos, quanto os aprendizados.

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