Desde 2007, pessoas ao redor do mundo se reúnem uma vez por ano em um ato simbólico pela preservação do planeta. A campanha de apagar as luzes por uma hora, conhecida como Hora do Planeta, começou em Sydney, na Austrália, e chegou ao Brasil dois anos depois. Este ano o movimento acontece em 23 de março, entre 20h30 e 21h30 (horário de Brasília).
Ela surgiu quando se iniciava as discussões relacionadas à emissão de gases poluentes e a mudanças climáticas. Já que é uma campanha de conscientização e educação, ela propõe chamar a atenção para a produção de energia feita a partir de fontes não-renováveis e poluentes, como petróleo, gasolina e carvão.
“A gente convida as pessoas para simbolicamente apagar as luzes, economizar essa energia”, explica Gabriela Yamaguchi, diretora de engajamento da WWF Brasil, ONG responsável pela campanha. “Ter uma consciência de que essa energia é preciosa e ela impacta na maneira como é produzida, ou seja, [traz] consequências negativas”, ressalta.
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No mundo, maior parte da energia é não-renovável
No Brasil, a maior parte da energia elétrica vem de fontes renováveis e que não emitem gases poluentes, mas usinas termoelétricas entram em funcionamento quando há mais demanda. Nelas ocorre a queima de combustíveis fósseis, recurso não renovável que libera poluentes para a atmosfera.
E esse é o quadro energético mundial. De acordo com Empresa de Pesquisa Energética e dados da Agência Internacional de Energia, cerca de 71,9% da energia elétrica produzida no mundo tem origem não renovável.
Muito além de apagar as luzes
Mas mais do que de olhar para o problema, a Hora do Planeta nos convida também a conhecer soluções e estabelecer conexões com o contexto do país, fazendo isso através da informação.
Gabriela Yamaguchi aconselha a busca por informações sobre as problemáticas vividas no país além das soluções que estão sendo desenvolvidas. Ela sugere o próprio site da WWF como uma fonte para isso. Ela destaca também a importância de priorizar pessoas em condições de vulnerabilidade diante das consequências climáticas. “Isso porque, quem mais sofre, hoje, as consequências das enchentes, da seca, da falta de alimentos e de água são justamente as pessoas que há séculos foram atacadas, sofreram com o processo da colonização e são vitimizadas pelo processo de racismo ambiental”, explica a diretora da WWF.
Há discriminação também em questões de meio ambiente
Quando Gabriela fala sobre racismo ambiental, ela está se referindo a um conceito que une a discriminação racial com questões territoriais e de meio ambiente. O termo, cunhado em 1980 pelo Dr. Benjamin Franklin Chavis, indica que comunidades racialmente marginalizadas, como pessoas pretas e indígenas, sofrem mais com os problemas ambientais, como enchentes, deslizamentos de terra, contaminação e poluição.
Por isso, para Gabriela, “não há como cuidar do planeta e cuidar do meio ambiente sem a gente olhar para as pessoas e, no caso do Brasil, sem olhar toda a nossa história”. “É por isso que a justiça social, os direitos humanos andam lado a lado com os direitos ao meio ambiente”, conclui.
Cinco ações para doar tempo para o planeta
A campanha convida que as pessoas dediquem uma hora para o planeta e façam algo além de apagar as luzes. Gabriela indica, então, cinco caminhos que podemos colocar em prática em nosso dia a dia:
- Preparar uma comida do início ao fim. Que tal deixar de lado, por um tempo, os alimentos ultraprocessados? Aqui, você pode comprar os ingredientes naturais e fazer uma comida deliciosa para você e sua família nessa uma hora.
- Usar sacolas reutilizáveis. Já pensou na quantidade de plástico descartável que usamos com sacolas? Aqui fica o convite para fazer uso das sacolas reutilizáveis, como as de pano ou as de plástico mesmo, desde que sejam usadas repetidas vezes.
- Usar plantas para diminuir o calor. Uma vez que a temperatura está cada vez mais alta e as ondas de calor cada vez mais frequentes, você pode colocar plantas nos ambientes para refrescar sua casa.
- Voluntariado digital. Gabriela convida a quem quiser fazer mais pelo planeta para ser um voluntário da WWF. Assim, as pessoas podem ajudar a divulgar informações e conhecimentos sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas.
- Passar um tempo com quem você mais ama. “ A gente precisa lembrar que, para cuidar do planeta, precisamos estar bem”, explica Gabriela. “Precisamos estar próximos das pessoas que a gente se preocupa e que nos fazem bem.”
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