Você certamente já ouviu falar em Aquecimento Global e seus efeitos, como o aumento do nível do mar e a elevação da temperatura do Planeta. Só que os impactos das mudanças climáticas vão muito além. Elas não só influenciam processos naturais, como podem trazer consequências para o mercado financeiro, a produção de alimentos e até para o comportamento humano. Confira a seguir transformações que você nunca imaginou!
Impacto das mudanças climáticas
Muito se falava sobre os efeitos futuros do Aquecimento Global, mas a verdade é que os impactos das mudanças climáticas já podem ser observados – e sentidos – no presente, e estão afetando a vida na Terra de várias formas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, o mundo está aquecendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento registrado da história.
Um exemplo são as fortes ondas de calor e temperaturas recordes registradas em 2023. A Organização Meteorológica Mundial (OMM), oficializou que 2023 foi o ano mais quente já registrado na história do Planeta.
Esse aumento da temperatura ao longo do tempo está perturbando o equilíbrio da natureza e colocando em risco a vida humana na terra, como já era previsto.
Mas existem alguns impactos das mudanças climáticas que você certamente nunca imaginou. Entenda como as altas temperaturas podem impactar drasticamente o nosso dia a dia!
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1- Mudança na produção de vinho
De acordo com um estudo francês, publicado na revista científica Nature Reviews Earth & Enviroment, o aumento do calor e da seca vai elevar o número de doenças e pragas nas videiras, o que deve mudar a geografia do vinho.
O estudo aponta que até 90% das regiões vinícolas tradicionais das áreas costeiras e interioranas da Espanha, Itália e Grécia, podem estar ameaçadas de extinção.
Dessa forma, algumas regiões que são conhecidas pela produção de vinho, como La Rioja, na Espanha, e Bordeaux, na França, podem perder de 49% a 70% de suas colheitas.
Por outro lado, regiões mais frias, onde o cultivo de uva é quase inexistente, como o sul da Inglaterra e partes mais altas dos Andes, podem se beneficiar.
Ou seja, locais mais frios, que antes não conseguiam cultivar a produção da uva, tendem a se tornar produtores de vinho. Já países com clima mais quente, terão que se adequar às mudanças climáticas para continuar produzindo.
2- Inflação do azeite e outros alimentos
O azeite passou a ser um item de luxo na despensa dos brasileiros. Isso porque o valor do produto aumentou quase 40% em 2023, segundo informações do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Mas não foi só no Brasil que o valor do azeite disparou. Na Europa, onde se concentram os principais produtores do mundo, os índices foram ainda maiores.
De acordo com o Serviço de Estatística da União Europeia (Eurostat), entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, foi registrado um aumento de 50% no preço do azeite em toda a União Europeia.
E o encarecimento do produto está diretamente ligado às mudanças climáticas. Em 2022 e 2023, o verão no Mediterrâneo foi muito quente e seco, o que contribuiu para a diminuição da umidade do solo e prejudicou o crescimento das oliveiras.
Dessa forma, algumas árvores sofreram um atraso no desenvolvimento, reduzindo o peso das azeitonas e diminuindo a safra, o que influenciou no valor do azeite.
E as oliveiras não são as únicas a sofrerem com as mudanças climáticas. Tempestades, inundações, frio extremo fora de época e ondas extremas de calor devem afetar a produção de outros alimentos, como a batata, o milho, o tomate e o pêssego em 2024.
3- Insegurança alimentar
De acordo com o Pacto Global da ONU, as mudanças climáticas afetam a segurança alimentar por meio do aumento das temperaturas, mudança dos padrões das chuvas e maior frequência de eventos extremos, como secas, enchentes, ondas de calor e furacões.
Esses impactos influenciam diretamente a produção de alimentos, uma vez que reduzem a produtividade da agricultura, silvicultura e pesca.
Além disso, a mudança dos padrões climáticos afetam a qualidade e a disponibilidade dos alimentos, pois aumentam o número de pragas e outras doenças tanto nas lavouras quanto na pecuária.
Sendo Assim, a ONU prevê que, com o aumento da população mundial, que deve ultrapassar os 10 bilhões em 2050, a crise climática pode colocar 80 milhões de pessoas a mais em risco de fome até a metade do século.
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4- Perda do sono
É isso mesmo, as mudanças climáticas vão fazer os seres humanos perderem boas horas de sono!
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Copenhague, na Dinamarca, usou dados de 47 mil pessoas ao redor do mundo para estabelecer a relação entre a quantidade de horas de sono com a temperatura local.
Os voluntários utilizaram pulseiras eletrônicas, que medem os movimentos durante o sono. O resultado mostrou uma diferença na quantidade de horas dormidas entre pessoas que moram em países mais quentes, daquelas que residem em regiões mais frias.
Dessa forma, os cientistas que lideraram a pesquisa concluíram que as temperaturas noturnas mínimas acima de 25°C aumentam em 3,5% a probabilidade de que as pessoas durmam menos de sete horas, quando comparadas com uma linha de base de 5°C a 10°C.
Apesar de parecer uma diferença insignificante, é como se as pessoas deixassem de dormir duas semanas por ano, de acordo com o estudo. E esse é um dado preocupante, tendo em vista que a qualidade do sono impacta diretamente na saúde.
5- Cães mais ferozes
Entre os impactos das mudanças climáticas estão, também, o comportamento animal. Segundo um estudo realizado pela Universidade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, os cães tendem a ficar mais agressivos em dias de calor.
A pesquisa analisou uma amostra de quase 70 mil mordidas de cães, em oito estados norte-americanos, entre 2008 e 2018, e a maioria delas ocorreu em dias em que os índices UV estavam mais altos.
Ou seja, ficou comprovado que as temperaturas mais quentes contribuem para o aumento da agressividade dos cães. Além disso, a probabilidade de os cachorros atacarem em dias mais quentes aumenta 11%.
6- Aumento de doenças neurológicas e infecciosas
Além da insegurança alimentar e perda do sono, o ser humano irá enfrentar mais um impacto das mudanças climáticas: as doenças neurológicas e infecciosas.
Um estudo publicado na revista científica Neurology analisou mais de 360 artigos sobre eventos climáticos extremos, doenças neuroinfecciosas emergentes e impactos poluentes e concluiu que a variação da temperatura influencia a saúde física e mental.
Segundo a pesquisa, ondas de calor extremo causam um aumento de alguns poluentes e nitratos, que podem aumentar a incidência e gravidade de acidente vascular cerebral (AVC), enxaqueca, demência, doença de Parkinson e esclerose múltipla.
Além disso, as alterações climáticas também favorecem o surgimento de novas doenças zoonóticas – transmitidas de animais para pessoas -, bem como a proliferação das mesmas.
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