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“O Silêncio dos Homens”: uma conversa necessária 
Tom Pumford | Unsplash
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Documentário discute masculinidade e fornece ferramentas para que a sociedade ajude a educar meninos sensíveis, bem como para que homens já adultos tornem-se mais humanos

“É preciso coragem para abrir nosso coração aos outros e expor nossa vulnerabilidade. Podemos parar de nos esconder e de temer que alguém possa ver quem realmente somos, porque estaremos escolhendo ser vistos”. É com essa frase, publicada no livro “Um Coração Sem Medo”, de Thupten Jinpa, que o documentário “O Silêncio dos Homens” começa um diálogo marcante.

Produzido pelo Papo de Homem e disponível no YouTube, o filme apresenta dados e conversas com personagens reais e especialistas ligados à saúde mental e sociologia sobre masculinidade tóxica, que é ensinada, de forma geral, desde que pais e mães descobrem que estão grávidos de um menino.

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Masculinidade tóxica

Quantos homens emocionalmente frágeis você conhece? Eles simplesmente não são assim ou são frutos de uma criação para viver em sociedade? A maneira como meninos são tratados em detrimento à educação e sensibilidade cobradas de meninas, todos sabemos. O resultado são adultos enclausurados dentro de seus sentimentos, violentos e incapazes de manter relações saudáveis. 

Além disso, os números não mentem: homens têm uma expectativa de vida menor do que mulheres. Também se acidentam mais. Compõe a maioria esmagadora da população carcerária. Suicidam-se mais. São criados para serem machões, no sentido mais cruel e retrógrado que o termo tem. Em suma, o fardo de se enquadrar no que se espera de um homem, pode ser devastador. “Os homens se matam e matam uns aos outros”, disse Ed René Kivitz, pastor da Igreja Batista da Água Branca.

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Azul para menino, rosa para menina

Levante a mão se você nunca ouviu que ‘tal coisa é de menino e tal coisa é de menina’ ou ‘homens não choram’? Frases como essas, reproduzidas constantemente por aí, são um dos gatilhos para gerar homens menos humanos, que, apesar de ter voz, não falam com emoção. Sofrem e sentem-se sozinhos. E para extravasar, machucam quem está no entorno.

A quietude verbal e emocional está enraizada nos homens. Assim, romper com isso é um movimento de coragem. “Quebrar o silêncio de sua própria fraqueza e vulnerabilidade, é humanizar-se”, ressalta o psicólogo e pesquisador em masculinidades, gênero e saúde Eduardo Chakora.

Desse modo, em uma sociedade que experimenta cada vez mais atos de violência em camadas tão profundas, o silêncio dos homens precisa ser rompido. É preciso falar com a alma para que tenhamos mais pessoas humanas entre nós. E o documentário aborda, com sensibilidade, a história que permeia muitos de nós e o processo doloroso, mais possível, de tornar-se melhor para si e para o outro. 

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O Silêncio dos Homens

Disponível no YouTube

100 minutos

2019

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