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Ansiedade infantil: veja como identificar e ajudar a criança
(FOTO: UNSPLASH) Incentivar o diálogo aberto é uma dica para as crianças ficarem menos ansiosas
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Estar ansioso é um sentimento que pode afetar tanto adultos quanto crianças. Para elas, que ainda estão em processo de conhecer e aprender a lidar com as emoções, cada novidade é um olhar a ser explorado ou um abismo a ser temido. Isso faz com que muitos pequenos vivam, em silêncio, com a ansiedade contaminando seus passos. Essa realidade é mais comum do que muitos imaginam e tem se tornado um desafio para os pais, uma vez que pode vir disfarçada de comportamentos como medo e irritação, por exemplo. 

Segundo a psicopedagoga e neuropedagoga Mara Duarte, “algumas crianças apresentam traços ansiosos desde cedo, e essa ansiedade pode aumentar com o tempo, especialmente quando elas se deparam com mudanças ou situações que geram insegurança”. Apesar dos sinais muitas vezes sutis, é possível identificar e ajudar a melhorar esse quadro para ter um ambiente mais acolhedor para o crescimento dos pequenos. 

Como identificar os sinais mais comuns?

De acordo com Mara, a ansiedade em crianças pode se manifestar de diversas maneiras. É importante estar atento tanto aos aspectos físicos quanto emocionais, pois são estes sinais que podem variar em intensidade e quando persistem, acabam afetando a rotina da criança.

  • Tensão muscular, sudorese excessiva e taquicardia;
  • Preocupação excessiva e medo intenso em relação a situações cotidianas;
  • Irritabilidade, choro frequente e dificuldade de se acalmar;
  • Medos irracionais, como de dormir sozinho ou de se separar dos pais;
  • Isolamento social e recusa em participar de atividades, como a escola;
  • Comportamentos de perfeccionismo, medo de errar e procrastinação.

“Muitas crianças passam grande parte do tempo conectadas, interagindo por meio de telas e recebendo estímulos constantes, o que pode gerar uma sobrecarga emocional e  dificuldades de lidar com a realidade fora do mundo digital”

O que influencia para a ansiedade infantil?

Esse sentimento é interligado com fatores internos e externos. “O ambiente familiar tem um peso significativo. Se a criança cresce em um lar onde há brigas frequentes, exigências excessivas, falta de rotina e expectativas irreais, isso pode fazer com que a criança se sinta pressionada e insegura”, desabafa. 

Ou seja, quando a família possui uma estabilidade, as crianças não se sentem amparadas emocionalmente e ainda por cima, carregam um sentimento de incerteza e medo. E é justamente essa pressão por desempenho afeta os sintomas de ansiedade na escola. Em muitas situações, as exigências por altas notas e a competitividade excessiva gera um ambiente estressante, onde a criança se sente constantemente pressionada a alcançar padrões que talvez não estejam dentro das suas capacidades ou de seu ritmo natural de aprendizado.

Também, muitas crianças utilizam frequentemente as redes sociais, o que aumenta a exposição a padrões irreais de beleza e gera comparação social. As consequências: a sobrecarga emocional, o estresse e a dificuldade de interação cara a cara.

Estratégias para ajudar as crianças a lidar com a ansiedade

Quando se trata de ajudar uma criança a lidar com a ansiedade, a psicopedagoga ressalta que a construção de práticas simples, mas eficazes, pode fazer toda a diferença. “Estabelecer uma rotina estruturada, incentivar o diálogo aberto e validar as emoções da criança são atitudes essenciais. Demonstrar compreensão e evitar punições severas por erros ou dificuldades também ajuda a criar um ambiente mais acolhedor”, explica.

Além disso, outras estratégias podem incluir técnicas de relaxamento, como a respiração profunda e a realização de atividades físicas regulares. “A prática de mindfulness, a realização de atividades físicas regulares e a redução da exposição a conteúdos estressantes também são ferramentas importantes. A validação emocional permite também que a criança expresse seus sentimentos sem medo de julgamento, e o uso de histórias e metáforas para ajudá-la a compreender e nomear suas emoções.” Isso também ajuda o cérebro a se “desligar” um pouco das telas e ver o mundo fora do digital.

Assim como o ambiente familiar precisa estar em dia, a escola pode oferecer um espaço mais seguro e acolhedor, respeitando o ritmo de cada aluno. “O incentivo à autonomia, o ensino de estratégias de regulação emocional e a valorização das conquistas individuais são práticas que contribuem para um ambiente mais saudável.” 

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