Rosana Teixeira descobriu o Herpes Zoster em março de 2022. As bolhas que foram se formando no lado esquerdo do rosto logo trouxeram a sensação de uma queimadura incômoda na pele. Primeiro, Rosana imaginou que fosse a picada de um inseto, já que ela transita em muitos espaços verdes. Os exames de rotina em dia, junto às práticas regulares de atividade física e Yoga, mostravam um corpo saudável.
Apesar desses fatores, Rosana foi diagnosticada com Herpes Zoster, uma reativação do vírus Varicela-Zoster (VVZ) e que pode surgir em diferentes lugares do corpo. Também conhecido popularmente como “cobreiro”, não se sabe o que provoca a reativação do VVZ, que surge na forma de erupções dolorosas.
“Antes do surgimento das lesões na pele, é comum haver a presença de ardor, coceira, formigamento, e sensação de ‘agulhamento’, adormecimento ou pressão, podendo estar associado à cefaleia, febre e/ou mal estar”, explica a médica dermatologista Mariana Righetto.
A especialista destaca que o Herpes Zoster é comum no pescoço, tórax e nas costas. No caso de surgimento no rosto, como foi o caso de Rosana, é preciso que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, pois há riscos maiores de complicações.
Tratamento e cuidados necessários
O Herpes Zoster pode ser descrito como um conjunto de “cachos de uva” que vão seguindo o caminho de um nervo na pele, quase sempre linear. “A maior complicação crônica do Herpes Zoster é uma neurite crônica, ou seja, inflamação crônica naquele nervo”, explica a médica dermatologista Paula Sian. No caso de nervos sensitivos, é provável que uma dor intensa possa se tornar ainda mais incômoda.
O tratamento conta com antivirais e dura em média cerca de um mês. No caso de pacientes imunodeprimidos – aqueles que possuem o sistema imune fragilizado – as alternativas são terapia endovenosa ou internação.
Mesmo com uma recuperação bem-sucedida, é possível que, após o desaparecido das bolhas, permaneça uma dor no local chamada de neuralgia pós-herpética. “Para o tratamento e prevenção da dor pós herpética há várias classes de medicamentos disponíveis”, destaca a médica dermatologista Ana Carina Junqueira.
LEIA TAMBÉM
– Hortoterapia: cuidar de plantas pode curar
– Produtos terapêuticos naturais promovem bem-estar e cura emocional
Debate sobre a doença precisa ser maior
Para Rosana, que recebeu o diagnóstico da doença, além do susto, foi necessário uma segunda visita ao hospital. Antes, ela havia recebido um analgésico na esperança de que o problema não fosse grave. “Mas o quadro foi se agravando, voltei ao médico já bastante debilitada, o que me custou quatro dias de internação”, explica a aposentada.
“Nos últimos anos, especialmente a partir da pandemia, houve um aumento muito importante da incidência dessa condição, mesmo em pessoas sem comprometimento da imunidade”, comenta Mariana Righetto, dermatologista da clínica Adriana Vilarinho. Para a médica, é provável que a ansiedade, estresse e outros fatores tenham contribuído para uma queda na imunidade, momento propício para a reativação do vírus.
Um dos motivos da doença receber pouca atenção na sociedade é a sua baixa incidência na população, pelo menos antes da pandemia. No entanto, segundo a dermatologista Paula Sian, os casos triplicaram durante a crise sanitária, embora os motivos não estejam claros.
Prevenção do Herpes Zoster
A prevenção contra a Herpes Zoster exige não só bons hábitos como também vacinação. Prática regular de atividade física, alimentação balanceada, boas noites de sono e redução no estresse contribuem para o aumento da imunidade.
“Há também vacina contra Herpes Zoster, indicada para adultos acima de 50 anos com histórico de catapora pregressa. Além disso, pessoas a partir de 18 anos com imunosupressão também devem receber o imunizante”, explica Mariana Righetto.
VOCÊ PODE GOSTAR
– De onde vem o preconceito contra as doenças mentais?
– Doenças cardiovasculares: saiba quais os riscos para a saúde das mulheres
Os comentários são exclusivos para assinantes da Vida Simples.
Já é assinante? Faça login