Ácido fólico: falta de vitamina B9 pode causar anemia e até irritabilidade
O ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, além de ser responsável pelo desenvolvimento dos bebês durante a gravidez, também atua na saúde mental.
Você já deve ter ouvido falar da importância de vitamina B9, também conhecido como ácido fólico, para as mulheres grávidas. Entretanto, esse nutriente é importante para todas as pessoas. Além de atuar na formação dos bebês na gestação, ele está presente em funções cognitivas e é fundamental para saúde mental e regulação do humor.
O ácido fólico faz parte do grupo de vitaminas do complexo B e, assim como elas, atua em funções do metabolismo celular. Ele também é fundamental para a manutenção da saúde do cérebro, produção de DNA e de hemácias.
A falta do nutriente desencadeia uma série de problemas, que pode ir de anemia até irritabilidade em excesso. Desse modo, é necessária uma dieta que inclua a vitamina B9, além de atenção para possíveis sintomas em caso de insuficiência.
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Funções do ácido fólico no corpo e na mente
A vitamina B9 está envolvida em processos de metabolismo e desenvolvimento do corpo. O ginecologista, Henrique Cassiano, aponta algumas das funções que o nutriente tem:
- Produção dos glóbulos vermelhos no sangue;
- Desenvolvimento do tubo neural do feto durante a gravidez;
- Transferência de carbonos para a síntese de DNA e RNA;
- Redução dos níveis de homocisteína no sangue.
Outra função papel da B9 é no bem-estar das pessoas. “O folato [B9] também desempenha um papel na síntese de neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e noradrenalina, que estão envolvidos diretamente na regulação do humor, sono e resposta ao estresse”, explica Cassiano.
Além disso, o especialista aponta que o nutriente ajuda na manutenção da saúde do cérebro e na prevenção de doenças neurodegenerativas.
O que pode causar deficiência de B9
A deficiência de ácido fólico é observada em situações de ingestão alimentar insuficiente, dificuldade de absorção, assim como aumento da necessidade, da excreção e/ou da destruição da vitamina no corpo.
Conforme o médico, há outros fatores que podem prejudicar a absorção do nutriente:
- Estado nutricional: uma dieta equilibrada e rica em alimentos contendo ácido fólico facilita a absorção dessa vitamina;
- Níveis de vitamina B12: pois baixos níveis dessa vitamina podem prejudicar a absorção de ácido fólico;
- Consumo de álcool: o álcool interfere na absorção e no metabolismo do ácido fólico;
- Efeitos de medicamentos: alguns fármacos como anticonvulsivantes, metotrexato e sulfassalazina podem interferir na absorção ou no metabolismo do folato;
- Integridade do trato gastrointestinal: pessoas com doença celíaca, doença de Crohn e insuficiência pancreática, que afetam o trato intestinal, podem ter a absorção de B9 afetada;
- Mutação genética: alterações genéticas podem afetar a capacidade do corpo de converter o ácido fólico em sua forma ativa, o Metilfolato.
Principais grupos afetados
Os grupos mais afetados pela deficiência do ácido fólico incluem:
- Mulheres em idade fértil;
- Gestantes;
- Bebês e crianças;
- Pessoas com problemas de absorção, como doença celíaca e doença de Crohn;
- Etilistas (que consomem álcool em excesso);
- Idosas.
Sintomas da deficiência de ácido fólico
A deficiência de ácido fólico pode se manifestar de diferentes formas, a depender da fase da vida em que estão. Bebês e as crianças apresentam:
- Anemia;
- Irritabilidade;
- Atraso no crescimento;
- Atraso no desenvolvimento cognitivo.
Além disso, segundo Henrique Cassiano, quando há insuficiência do nutriente em mulheres em idade fértil e em gestantes, as crianças têm mais chances de nascer com espinha bífida, uma má formação na coluna vertebral, e anencefalia.
Já em pessoas adultas, os sintomas mais comum são:
- Anemia;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Irritabilidade;
- Palpitações;
- Problemas neurológicos.
De acordo com o especialista, há prejuízos ao cérebro também. “A deficiência de ácido fólico também tem sido associada a comprometimento cognitivo e deterioração da função cerebral, especialmente em idosos”, inicia. “Ela pode agravar sintomas de irritabilidade, fadiga e baixa energia, afetando negativamente o bem-estar emocional”, conclui.
Em casos de deficiência prolongada, é comum os sintomas acima, bem como o desenvolvimento de:
- Anemia megaloblástica;
- Supressão da concentração;
- Diarreia;
- Perda de apetite;
- Problemas de absorção de nutrientes.
Importância do Ácido fólico para mulheres grávidas e para o desenvolvimento dos bebês
Na gravidez, o ácido fólico atua na formação dos bebês ainda nas primeiras semanas da gestação. “O ácido fólico é fundamental para o desenvolvimento saudável do tubo neural e sistema nervoso central do feto”, explica Henrique Cassiano. Da mesma forma, o nutriente ajuda na prevenção de alterações anatômicas como espinha bífida e anencefalia.
Além disso, há também um aumento da demanda por células sanguíneas e o nutriente é necessário para haver uma produção adequada dos glóbulos vermelhos.
Nesse sentido, para garantir uma ingestão adequada de vitamina B9 durante a gravidez, o médico recomenda é dieta com alimentos ricos em B9. Além disso, indica-se que a suplementação do nutriente comece três meses antes do início da gestação e se estenda por todo o período.
Como tratar a deficiência de ácido fólico?
Em primeiro lugar, tem-se a alimentação como principal fonte de vitamina b9. Alguns alimentos ricos em ácido fólico são:
- Vegetais de folhas verdes escuras como espinafre, couve, alface-romana e brócolis;
- Leguminosas como feijão, lentilhas e ervilhas;
- Frutas cítricas como laranjas e abacates;
- Grãos integrais como arroz integral, quinoa e aveia;
- Fígado bovino e gemas de ovos.
Aliás, o ginecologista aponta que muitos alimentos são fortificados com ácido fólico, é o caso de cereais matinais, pães e produtos de grãos.
Em segundo lugar, tem-se a suplementação. O ácido fólico está disponível na forma de suplementos vitamínicos e é encontrado como parte de complexos vitamínicos B. É possível também encontrá-lo na forma de metilfolato, a forma ativa da vitamina.
É importante entrar em contato com médico para verificar as melhores formas de suplementação.
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