Chocolate branco, chocolate ao leite, chocolate 70%, 80%, 90%… O que todos essas porcentagens significam? Nem precisa de uma calculadora pra responder: essa é a quantidade de cacau na composição do doce e a qualidade do chocolate.
A proporção de cacau indicada nos rótulos é a soma de todos os derivados da fruta no chocolate, como o licor de cacau, manteiga de cacau e cacau em pó. “Não se trata apenas do cacau puro, mas de todos os seus derivados presentes na composição. O restante da fórmula tem açúcar, emulsificantes, leite [no caso dos chocolates ao leite] e outros ingredientes”, explica Elizabeth Torres, professora do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
No Brasil, a porcentagem mínima de cacau para o doce ser considerado chocolate, segundo parâmetro da Anvisa, é 25% — um percentual baixo comparado a outros países, que exigem entre 32% e 35%. Para entender melhor a diferença entre cada tipo de chocolate, vamos começar da menor quantia de derivados de cacau até a maior:
- Chocolate branco: é feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e lecitina de soja;
- Chocolate ao leite: a partir de 30% de cacau, leva leite em pó e açúcar;
- Chocolate meio amargo: tem entre 40% e 50% de cacau;
- Chocolate amargo: de 70% para cima, o chocolate pode ser considerado amargo, contém menos açúcar e gordura saturada.
Benefícios do consumo
Quanto maior a porcentagem de cacau na composição do chocolate, mais saudável ele é considerado. “Isso se deve ao maior teor de compostos bioativos, como flavonoides e polifenóis, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias”, explica Elizabeth. O chocolate amargo, por possuir menor quantidade de açúcar e gordura saturada, tem diversos benefícios, como:
- Ação antioxidante: Os flavonóides ajudam a combater os radicais livres (moléculas instáveis que o corpo produz durante o metabolismo do oxigênio), reduzindo o estresse oxidativo;
- Saúde cardiovascular: Pode melhorar a circulação sanguínea, reduzir a pressão arterial e favorecer a saúde do coração;
- Efeito neuroprotetor: Estudos sugerem que os compostos do cacau podem melhorar a cognição e o humor, estimulando a liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina;
- Melhora da sensibilidade à insulina: Alguns estudos indicam que o consumo de chocolate amargo pode auxiliar no metabolismo da glicose.
Mas é necessário lembrar: “o consumo deve ser equilibrado, pois mesmo o chocolate amargo contém calorias e gorduras que podem impactar a dieta se ingeridos em excesso.”
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