Lucimar Malavazzi Penteado é uma senhora de 65 anos – mas insiste que a chamemos de você, sem rodeios. Leitora de Vida Simples desde os números iniciais, tem a revista como uma companheira, uma amiga com quem divide suas inquietações e dúvidas e também tem como referência de inúmeros aprendizados para uma vida em sintonia com seu propósito. Por isso, em dezembro de 2022, durante um ato de desapego, resolveu doar à Penitenciária Feminina da Capital – Carandiru o seu acervo de revistas, coleção cuidadosamente mantida em sua casa.
A ideia chegou a Lucimar durante a pandemia da Covid-19, quando o isolamento físico se tornou uma realidade para a maioria dos brasileiros. “Eu comecei a pensar nas pessoas encarceradas, que estavam em espaços fechados, com difícil acesso à visitação e à informação. É desesperador”, relembra a aposentada.
“Então, eu peguei as revistas e bati na porta da detenção”, explica Lucimar. Ela reuniu cuidadosamente todas as suas edições – com exceção de duas – organizou o material no porta-malas do carro e se dirigiu ao presídio. Primeiro, uma conversa com o guarda, com quem teve o contato inicial para realizar a doação. Depois, seguiu para um diálogo com a psicopedagoga responsável pelas atividades educacionais com as detentas.
Carinhosamente entregues, o ato de voluntariado permitiu a Lucimar o sentimento de contribuição à vida das mulheres encarceradas. Os conteúdos sobre maternidade, saúde mental, comportamento e equilíbrio das emoções permitem, segundo a aposentada, uma oportunidade de acolhimento em um espaço tão árido como os presídios. “Dizem que o voluntariado faz bem a quem o realiza”, diz Lucimar, que voltou a organizar seu acervo de Vida Simples.
VOCÊ PODE GOSTAR
– Como ser voluntário: conheça caminhos para começar
– O riso pode curar: conheça os “Doutores da Alegria”
– Voluntariado: espaços de inclusão e aprendizagem
Firme relação com Vida Simples
Apesar das possibilidades de assinatura aos planos digitais e impressos, a leitora de Vida Simples não abre mão de ir até à banca de jornal. Gosta desse movimento: caminhar pelas ruas da capital paulista, conversar com o jornaleiro e manter a tradição, que é parte da leitura da revista.
“Eu não tenho pressa em ler a Vida Simples, quero saborear”, explica a aposentada. Por isso, decidiu adotar o hábito de, a cada dia, ler uma reportagem da edição do mês, tempo necessário para digerir as ideias, refletir e decantar os insights dos textos.
Na seção “Mensagens”, Lucimar, de forma especial, escreveu para as edições 151 (Seja mais doce) e 230 (Repare na beleza). “Como sair da rotina de trabalho em uma sociedade capitalista? Simples, sabendo olhar com prazer o que se faz. Saborear o dia, valorizar o colega de trabalho, uma conversa, o metrô, a flor que brota na árvore, o sabiá que canta na janela. (…) O importante é viver o hoje, saboreando a vida. Prazer tê-los em todos os meses”, escreveu na época à 151.
Na 230, Lucimar destaca a importância do estilo de escrita da publicação. Empática, um diálogo com o leitor, talvez até uma conversa agradável acompanhados de um café. “Me senti abraçada pelo texto ‘Bolo de família’. A lágrima chegou pela identificação da história da mãe da autora e saudade de uma vida. O texto ‘Um espaço para a dor’ dialoga com o momento atual. Ver a morte tão de perto dói. Mesmo sabendo que somos finitos. Me sinto feliz a cada leitura, continuo sonhando e tendo esperança com a sensibilidade e colaboração de Vida Simples.”
Um ato de amor
Assim como Lucimar, temos os nossos apegos, acervos pessoais e um conjunto de livros, revistas ou objetos que nos são especiais. No entanto, ao decidir doar toda a sua coleção às detentas em São Paulo, a aposentada ajuda não só a circular as ideias de uma vida em sintonia com um mundo melhor, mas pratica a generosidade e a gentileza com o próximo.
Apesar do apego e da importância das edições, você, assinante ou leitor de nossas edições impressas, já pensou em doar uma parte do seu acervo e ajudar a circular as nossas ideias? Lucimar guardou com carinho a 151 e a 230, você também pode decidir quais são especiais para você.
Mesmo que não sejam muitas, é possível fazer uma pequena doação a uma biblioteca comunitária, na Estação Leitura-Metrô Central no Rio de Janeiro, contribuir com as campanhas de circulação de leitura no metrô de São Paulo ou em Curitiba. Mas não precisa ir tão longe, você pode escrever uma mensagem gentil e doar algumas edições a seus vizinhos, por exemplo. Por outro lado, pode deixar alguns exemplares no hall de entrada do seu prédio.
Semear os conteúdos de Vida Simples é permitir com que amigos, vizinhos, colegas de trabalho e desconhecidos possam ter acesso a nossos conteúdos. Com isso, em um trabalho de formiguinha, contribuímos para que cada um possa SER uma pessoa melhor para si, aprenda a CONVIVER melhor com o outro, ajude a TRANSFORMAR a sociedade e o mundo por meio de pequenas ações e saiba EVOLUIR continuamente.
Os comentários são exclusivos para assinantes da Vida Simples.
Já é assinante? Faça login