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Saiba escutar: veja como estar presente para acolher o outro
Alireza Attari
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Neste artigo:

A escuta é constante, ouvimos tudo o tempo todo. O canto dos pássaros, a sirene da ambulância, a respiração ofegante, o tilintar dos talheres, o miado do gato, o latido do cachorro, a água caindo no copo, o trinco da porta, a risada da criança – e o choro também –, a roda da bicicleta em movimento, o motor do carro, o agito da máquina de lavar, o alerta de nova mensagem recebida no celular e mais uma miríade de sons nessa polifonia diária – alguns por demais agradáveis, outros nem tanto. 

Mas, se ouvimos muito, por outro lado pouco escutamos verdadeiramente. A diferença é simples: ouvir é um processo mecânico relativo à audição e não pode ser impedido. Já a escuta pede nossa presença, é doar-se ao próximo e implica cuidado e preocupação com o outro. Apesar do bem que faz e de ser um dos caminhos sólidos para a transformação das relações humanas, a ausência dessa escuta ativa vem sendo, infelizmente, uma das marcas da sociedade contemporânea, regulada em grande medida pela competição e apelo pela alta produtividade. Dentro desse contexto, estar atento de forma profunda ao que o outro tem a falar tem sido tratado como perda de tempo ou colocado como tarefa secundária na lista infinita de afazeres diários. E assim a presença se torna ausência. 

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