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    Saia do endividamento: encontre a sua liberdade financeira
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    Quase 80% das famílias brasileiras possuem algum endividamento atualmente no Brasil, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Esse número pode até assustar algumas pessoas, mas quem faz parte dessa estatística sabe que é um problema bem comum.

    O número é um dos mais altos nos últimos anos. Por trás do endividamento, há diversos fatores que contribuem para essa situação: a ausência de planejamento financeiro, a necessidade de uma melhor administração das contas e até mesmo a condição econômica atual, visto que o país vive altas taxas de desemprego e de inflação.

    Mas, existe a chance de você não fazer parte dessa estatística, só que está pensando em comprar um computador, trocar de celular ou ir a uma concessionária para financiar um automóvel. E aí vem uma pergunta importante: essa sua decisão cabe no orçamento e foi feita a partir de um planejamento financeiro? Se a resposta for não, as parcelas do cartão de crédito ou do financiamento podem se acumular e gerar uma situação de endividamento.

    Vamos conversar sobre tudo isso?

     

    Conversar sobre dinheiro é essencial

    Falar abertamente sobre dinheiro ainda é incomum no Brasil. Na maior parte das vezes, não há espaço para debater o tema nas escolas e a imprensa tem uma enorme dificuldade em abordar o assunto de maneira acessível e sem o tradicional “economês”. Ou seja, a sociedade possui poucos espaços que trazem informações sobre o tema com responsabilidade.

    Embora um dos grandes problemas relacionados à condição financeira das pessoas seja a desigualdade social e a concentração de renda, “nós não temos a cultura de falar sobre dinheiro, nós não tivemos alfabetização financeira”, explica Beatriz Maluf, administradora e especialista em bem-estar financeiro que atua especialmente com finanças e comportamento para mulheres.

    “Educação financeira é muito importante. Pessoas se endividam ou perdem tudo pela falta dela“, é o que fala Nathália Rodrigues, mais conhecida por Nath Finanças, em uma de suas publicações no Instagram.

    É fundamental, portanto, ter acesso a métodos e ferramentas que auxiliam a identificar o nosso comportamento financeiro e desejos de compras. Ter tudo isso atrelado ao nosso orçamento real é fundamental para que a situação não se transforme em uma bola de neve e potencialize ainda mais o endividamento.

    Beatriz Maluf é enfática e diz que “a carência de informação contribui para esse endividamento também. É claro que existe a questão socioeconômica, mas a gente precisa falar de dinheiro e ponto”. Segundo a administradora, “para acontecer uma ação, a gente precisa de informação de qualidade para uma construção e aí haver uma transformação. A gente só vai conseguir transformar se educarmos desde pequeno, desde jovens.”

     

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    Liberdade financeira

    Um dos principais pontos quando se fala em dinheiro é a conquista da liberdade financeira, ou seja, da autonomia para tomar suas decisões, tendo controle sobre seu próprio dinheiro e a forma como você o usa, de forma que esse processo aconteça com confiança, bem-estar e planejamento.

    Beatriz Maluf afirma que a relação com o dinheiro é rodeada de vergonha, tensão e, por vezes, insegurança, ainda mais quando estamos falando do universo feminino. “A gente só pôde abrir conta sem o CPF do marido nos anos 60, e a partir do momento que a mulher saiu para trabalhar e ter a renda dela essa relação com o dinheiro se tornou distante, porque não existiam conversas”, explica. 

    É um assunto que você não precisa ter vergonha mesmo que esteja endividada, é [importante] ter mais naturalidade para conversar sobre esse tema”, acrescenta. Também é essencial entender quais são as suas necessidades e desejos para viver uma relação saudável com o dinheiro a partir do quanto você ganha. 

    Por isso, definir bem-estar financeiro não é algo fácil, explica Beatriz Maluf, porque as percepções das pessoas variam e o que pode ser uma vida confortável para mim talvez seja vista por você como exageros. O que a gente tem que entender “é que o bem-estar financeiro é a capacidade que a pessoa tem de arcar com as contas que ela tem hoje presente, planejar um futuro e se sentir livre para fazer escolhas”, completa Maluf. 

    Em paralelo a esse processo, é fundamental ter em mente formas de organização, planejamento, metas e estratégias para evitar o endividamento. Assim como tudo em nossas vidas, necessitamos de autocontrole e autoconhecimento sobre as necessidades individuais.

     

     

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    Dicas práticas para evitar o endividamento

    1. Saiba quais são suas despesas

    Identificar para onde vai seu dinheiro é um passo fundamental para evitar gastos desnecessários ou que extrapolem o seu orçamento.  Ter em um caderno ou planilha as despesas mensais te ajuda a visualizar melhor a vida e os investimentos feitos ao longo dos meses ou anos.

    2. Tenha um planejamento

    Há inúmeros aplicativos, métodos, profissionais e ferramentas disponíveis para a elaboração de um planejamento financeiro. O mais importante é saber identificar com qual deles você mais se identifica ou fazer testes com técnicas diferentes até encontrar a mais eficiente para as suas necessidades.

    3. Pratique o consumo consciente

    É preciso rever a forma como consumimos nas sociedades modernas, assim como os impactos ecológicos e financeiros que isso ocasiona. Iniciativas como economia circular e economia solidária são formas mais sustentáveis, com baixo custo e potencial de gerarem menos endividamento.

    4. Evite gastos desnecessários

    Sabe aquele streaming que você assinou, mas não lembra a última vez que viu um filme? Ou a conta do telefone fixo que você só usou uma vez nos últimos trinta dias? Talvez seja a hora de anotar todos os seus gastos e analisar quais deles você realmente precisa e faz diferença na sua vida, assim alguns outros vão perdendo a importância e revelando compras que foram feitas por impulso ou pela influência de uma propaganda ou amigos.

    5. Tente negociar suas dívidas

    Primeiro, é preciso organizar as suas dívidas. Tati Mantero, educadora financeira, elenca que é necessário classificar em ordem de riscos (quando representa perdas, bloqueios ou danos à terceiros) e de ordem de juros, dos mais altos até os mais baixos.

    A partir daí, o próximo passo é buscar os credores e tentar encontrar o melhor caminho para os dois, a fim de remover o seu nome do vermelho e deixar esse episódio para o passado.

    6. Tenha metas

    Organize suas metas em curto, médio e longo prazo. Dificilmente alguém vai conseguir comprar um carro com um mês de trabalho ou construir a casa dos sonhos com as economias feitas durante um ano, por isso, é essencial planejar metas a partir dos seus ganhos e separá-las por ordem de dificuldade.

    Não existem metas impossíveis, mas sim metas que levam tempos diferentes e reservas financeiras maiores ou menores, a depender do objetivo traçado.

     

     

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