Falar sobre saúde mental ainda é um tabu na sociedade brasileira, e no mundo, não é? Até pouco tempo atrás achávamos que fazer terapia era algo exclusivo para pessoas com intenso sofrimento mental ou que estavam passando por transtornos psicológicos, como crises de ansiedade, depressão ou outras doenças. Hoje, com o crescimento de conteúdos informativos e a desmistificação sobre o tema, estamos mais confortáveis em abrir nosso coração e ter menos preconceito.
Claro, isso também tem um porquê. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, são cerca de 18,6 milhões de pessoas diagnosticadas com ansiedade no Brasil, um número que representa 9,3% da população nacional e coloca o país como líder no ranking.
O número não é diferente quando nos referimos a outros problemas de saúde mental, como a depressão. A doença, que passou a fazer parte do cotidiano de muita gente, afeta 5,8% da população, o maior índice da América Latina e o segundo das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos (5,9%).
Buscar ajuda é fundamental
Aprecie o belo, crie uma playlist experimental com as músicas que mais gosta de ouvir, pegue mais leve consigo, olhe para si de forma mais saudável, aprenda a relaxar e fortaleça sua fé (seja ela religiosa ou não). Esses caminhos para uma relação de maior afeto consigo mesmo são apresentados por Cindy Bunch, autora do livro Seja gentil com você (Mundo Cristão), uma obra que nos propõe a desenvolver uma relação de maior acolhimento com nossos desejos, necessidades e cuidados.
Às vezes, uma boa conversa com um amigo, um diálogo sincero com quem amamos ou um momento de silêncio e reflexão são importantes para alinhar nossas necessidades emocionais. Mas nem sempre esses passos são suficientes, já que, dependendo da situação e do quadro de saúde, precisamos buscar ajuda profissional adequada para processar o que estamos vivendo.
Abaixo, listamos uma série de ONGs (Organizações Não Governamentais) e instituições que oferecem atendimento gratuito a programas de saúde mental para pessoas em situação de vulnerabilidade ou que não podem pagar por um tratamento.
VOCÊ PODE GOSTAR
– Cuidar da saúde mental das mulheres é fundamental para diminuir desigualdades
– Gestantes e puérperas: cuidados com saúde mental precisam ser redobrados
– Podcasts sobre bem-estar, autoconhecimento e saúde mental
Ipefem – Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino
O Ipefem é uma Organização Não Governamental (ONG) de educação em saúde mental criada para ajudar pessoas a identificar e interromper os processos de violência socioemocional no trabalho – principalmente as microagressões contra mulheres.
Todo o projeto é baseado em dados, a partir de pesquisas originais e autorais, que dialogam com os principais estudos do mundo. Além de cursos e áreas de aprendizagem, o Ipefem também oferece apoio emocional gratuito de forma remota.
Uma das principais iniciativas é o Apoio Terapêutico, projeto de educação em saúde mental que te ensina a identificar e interromper violências, como posturas agressivas, preconceito, assédio moral, sexual e desvalorização das suas habilidades e competências no trabalho. São 12 meses de encontros quinzenais baseados em psicanálise e na filosofia budista.
* Serviços gratuitos e pagos.
CVV (Centro de Valorização da Vida)
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
Seu principal canal de contato é o 188, uma ligação gratuita que pode ser feita de qualquer lugar do país para conectar você em um momento de crise ou angústia com um profissional voluntário.
* Serviço gratuito.
Instituto Bem do Estar
O Instituto Bem do Estar tem como propósito desafiar as pessoas a mudar o seu comportamento em relação à saúde da mente, colaborando para a prevenção de doenças psicológicas e contribuindo para uma sociedade mais consciente e saudável.
As iniciativas englobam conscientizar, conectar e mobilizar as pessoas em relação à saúde da mente, como informar a população sobre os cuidados, estimulando a busca pelo autoconhecimento e o despertar da empatia. Além de contribuir para diminuição do tabu e estigma que o tema carrega – fortemente no Brasil.
* Serviços gratuitos e pagos.
Instituto Borboleta Azul
O objetivo do Instituto Borboleta Azul é oferecer atendimento psicológico gratuito e qualificado, dando acesso à saúde mental à jovens e suas famílias em situação de vulnerabilidade social. A proposta é promover o bem-estar emocional para o enfrentamento das adversidades da vida de forma saudável e equilibrada, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária. Acreditamos na inclusão, no respeito, na resiliência, na cidadania e na saúde emocional.
O instituto realiza os atendimentos em parceria com: Projeto Arrastão (Campo Limpo), Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA/UNIFESP), Núcleo de Atendimento ao Estudante – NAE (Psiquiatria Unifesp), Lar Sírio Pró- Infância (Tatuapé), Associação Santo Agostinho – ASA (SP), Instituto Mundo Aflora – IMA (SP), Vocação (Jd. Leônidas), Camp Centro(Liberdade) e Novo Lar (Viamão, RS).
* Serviço gratuito.
Mapa da Saúde Mental
Tão importante quanto saber a hora de procurar ajuda é onde encontrá-la. O mapa da saúde mental reúne serviços públicos de saúde mental disponíveis em todo território nacional, além de serviços de acolhimento e atendimento gratuitos ou voluntários realizados por ONGs, instituições filantrópicas, clínica-escola, entre outros. O objetivo é unir pessoas em sofrimento mental aos serviços de cuidado disponíveis online ou em sua região.
* Serviços gratuitos e pagos.
Casa 1
Sediada inicialmente em um espaço do Centro Cultural (Galpão Casa 1), a Clínica Social Casa 1 ganha em maio de 2019 uma sede própria na Rua Lettieri, 65 (Bela Vista, São Paulo), com 10 salas de atendimento individual, onde desde então passa a atender cerca de 120 pacientes por mês e realizar 40 plantões de escuta.
Entre os serviços ofertados pela Clínica Social Casa 1 está atendimento psicoterápico continuado, atendimento psiquiátrico, acompanhamento com nutricionistas, plantão de escuta e diversas modalidades de terapias complementares.
São cerca de 60 profissionais, que passam por um processo de seleção e formação continuada para o atendimento de populações vulneráveis, em especial pessoas LGBT+ e pessoas pretas.
* Serviços gratuitos e pagos.
Casa de Marias
A Casa de Marias é um projeto sem fins lucrativos que surgiu na Vila Esperança, zona leste da cidade de São Paulo. Com a equipe formada por um grupo de psicoterapeutas, o foco do projeto é no atendimento à população negra, periférica, que reside na região, especialmente mulheres. Há três atuações distintas, que focam na clínica particular, em atendimentos sociais e, por último, projetos gratuitos que abraçam a demanda das pessoas com vulnerabilidade financeira.
“Casa de Marias é, acima de tudo, espaço de resistência. Espaço fortaleza de guardar sonhos, porque acreditamos que sem utopias e sonhos nós somos facilmente vencidos”, escreve o grupo no documento que conta a história da Casa de Marias.
* Serviço gratuito.
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