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Cultive o amor-próprio: como construir autocuidado, aceitação e respeito
ILUSTRAÇÃO VICTORIA KOKI @VICOKI_
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Sempre achei “amor” uma das palavras mais bonitas. Pequena na grafia, mas capaz de uma força imensa, ela me foi apresentada na esco­la, quando eu ainda era criança. Mas, na prá­tica mesmo, só fui entender seu significado com meu pai. Ele nunca disse que me amava, mas, por seus pequenos gestos, eu sempre soube. Todos os dias, ao chegar do trabalho, ele assobiava no portão e trazia surpresinhas: um chocolate novo, uma bala diferente, um livro, um abraço apertado. Também me con­tava as melhores histórias e me colocava nos ombros para desbravar o mundo que existia além dos muros da nossa casa. Suas lingua­gens do amor eram tempo de qualidade e presentes. Consequentemente, foram essas que também compreendi como primordiais e passei a aplicar em todas as minhas relações. Após a morte do meu pai, tentei preencher o vazio da sua ausência com esse amor de doa­ção, esperando, assim – e a qualquer custo –, que as pessoas também me amassem de vol­ta. Foi já mais velha, para ser honesta, há mais ou menos três anos, com a ajuda da terapia, que descobri a existência de um outro tipo de amor: o amor-próprio, ainda mais forte do que aquele aprendido na infância e, talvez, até mais bonito. Porque nos recarrega por inteiro e mostra que, quando gostamos de nós pri­meiro, estamos prontos para viver relações mais profundas e verdadeiras.

Uma forma de amor difícil de aprender

No entanto, esse amor não costuma ser en­sinado na escola nem durante a infância. Ou­vimos algo daqui, dali e, algumas vezes, até somos incentivados a cultivá-lo.

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