Saiba viver com menos e seja feliz com o que é essencial
O exercício de se desfazer das coisas ou de não acumular demais conversa com a alma. Mas como definimos o que realmente importa na nossa trajetória?
Por onde andará aquele vestido amarelo de flores brancas? Aquele que, embora eu não usasse há séculos, vivia ali, pendurado no armário, feito testemunha de tantos verões? Ele era apenas mais um, sufocado entre dezenas de cabides, dizendo: “Um dia você vai precisar de mim”. Hoje, não sei do seu paradeiro. Meu vestido floral se foi, em uma das caixas de roupas que doei para o Exército da Salvação ou em uma mala que despachei para a casa dos meus pais. A lembrança desse vestido me pegou porque é o único do qual não me dei conta do destino, depois que decidi me desfazer de metade de minhas coisas e viver com menos. Coisas e mais coisas acumuladas.
Há pouco menos de um ano, eu morava em uma casinha de vila, em São Paulo, e comecei a sentir o espaço cada dia mais apertado. Entrava na cozinha e tinha a sensação de que o teto estava mais baixo, que as paredes haviam encolhido e eu era gigante. As prateleiras lotadas de pratos, tigelas, panelas, me sufocavam. Não tinha armário suficiente para as roupas, que acabavam apertadas em malas e caixas, em cima do guarda-roupa ou debaixo da cama. O quarto da minha filha era o mais complicado, com brinquedos, bonecas, bichos de pelúcia, lápis-de-cor, cadernos, canetas, canetinhas, blocos, bloquinhos, jogos, joguinhos, em um cenário digno dos livros da série Onde está Wally?.
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