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Tudo pode mudar com o seu ponto de vista
Marten Newhall | Unsplash
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Neste artigo:

Como você interpreta o que acontece com você? As explicações que você dá para os fenômenos que se passam com você influenciam o seu bem-estar e o desenrolar da vida.

Há pouco mais de três anos, meu marido Marcelo e eu, mudamos para a Tailândia. E viemos morar em uma ilha chamada Koh Samui. Antes do ano sabático, que tiramos em 2018, nunca tínhamos ouvido falar dessa ilha. Portanto, a ideia de um dia morar aqui, também não tinha passado pela nossa cabeça antes. É verdade que, há anos, eu carregava comigo um grande desejo de morar fora do Brasil e de viver novas experiências.

O mais perto que havia chegado da Tailândia foi quando estávamos escolhendo o destino da nossa lua de mel. Naquela época, era tempo de monções nessa região e acabamos optando por outro destino. Assim, a vontade de conhecer a Tailândia seguiu conosco, até o momento em que decidimos tirar um ano para viajar pelo mundo, quando o país ocupou o primeiro lugar na nossa programação de viagem.

Então, em fevereiro de 2018, pegamos um avião de São Paulo para Bangkok. E, menos de um mês depois, conhecemos Koh Samui. Quando chegamos aqui, não gostamos muito do lugar. A ilha era grande e cara para dois mochileiros como nós. Então, em apenas três dias, partimos, certos de que não voltaríamos mais a Samui.

Dez meses depois, quando estávamos na Índia, fazendo uma formação de yoga, conhecemos Nok, a única tailandesa em nossa turma. E adivinha onde ela morava? Em Koh Samui! Em nossas conversas, contamos a ela sobre a nossa experiência (não tão prazerosa) em Samui. E, para nossa surpresa, Nok nos convidou a voltar para cá para reconhecermos o lugar, através de seus olhos. Mas, já estávamos praticamente no final do nosso ano sabático, bem mais próximos do Brasil. E já havíamos visitado a Tailândia. Por que voltaríamos para a mesma ilha, quando ainda tínhamos tantos outros lugares no mundo para conhecer?

Ligando os pontos

A resposta para essa pergunta veio da explicação que nos demos, sobre o convite que recebemos. Aqui preciso abrir parênteses… Peço para que me acompanhe.

No final da viagem pela Tailândia, conhecemos Ken. Um dia, enquanto meditávamos juntos, Marcelo e eu experimentamos algumas sensações, que compartilhamos com ela no final da prática. Nossa amiga passou muitos anos sendo ensinada por um monge. Acreditávamos em sua capacidade de interpretar nossas sensações. Ken nos disse que o que eu havia visualizado era algo que estava construindo em outra vida e que não pude concluir, porque a morte chegou antes.

Assim, sua recomendação foi: “Quando voltarem a Bangkok, vão a um templo e coloquem uma folha de ouro no Buda”. Deveríamos fazer isso com a intenção de finalizar aquilo que ficou inacabado.

Então, quando Nok nos fez o tal convite, imediatamente lembramos desse episódio. E contamos a nós mesmos a história que o universo estava apontando a direção a seguir e nos chamando a voltar à Tailândia.

Não apenas para finalizarmos o sabático (no mesmo ponto onde começamos) mas para fecharmos um ciclo de outra vida. Uau! Aquela explicação era muito poderosa! E gerou um resultado imediato: aceitamos o convite e voltamos para cá.

SAIBA MAIS:

– O que fazer para se sentir suficiente?

– De que modo você enxerga a vida?

– Existem emoções ruins ou mesmo emoções negativas?

Poucos dias depois, em Samui, conhecemos outra pessoa. E, através dela, meu marido recebeu uma proposta inesperada de trabalho. A proposta era para morarmos aqui. E ela veio, literalmente, um dia antes de pegarmos o voo de volta ao Brasil. Mais uma vez, a explicação que nós demos para esse fenômeno determinou a resposta de Marcelo à oferta.

Dissemos a nós mesmos que a vida estava orquestrando essas sincronicidades. E que estava nos convidando a morar na Tailândia, por motivos maiores do que conseguimos compreender. Apesar de toda a complexidade envolvida nessa decisão, dissemos SIM! E viemos morar aqui.

Fenômeno e explicação

E por que estou contando tudo isso? Para mostrar que a maneira como explicamos as coisas que nos acontecem, influencia diretamente nossas emoções. E, consequentemente, nossas ações. Ou seja, o nosso mundo explicativo determina o curso de nossas decisões. Portanto, é fundamental saber distinguir os fenômenos das explicações. E estar atento às explicações que damos aos fenômenos.

Os fenômenos são os fatos, os eventos que acontecem em nossa vida e que podemos comprovar através de evidências. Na história que compartilhei aqui, os fenômenos mais significativos, foram: o convite de Nok para voltarmos à Tailândia; a meditação com Ken, e a proposta de trabalho para o Marcelo.

Já as explicações, são as nossas interpretações para os eventos que se passam conosco. São os julgamentos que fazemos dos fenômenos. Sendo assim, acreditar que a vida estava orquestrando aqueles eventos e apontando a direção a seguir, foi a nossa interpretação. Foi a explicação que criamos para nós.

Mas, você que leu a história, pode ter um outro olhar sobre o que aconteceu com a gente. Pode interpretar de outra maneira. E, da mesma forma, você faz com a sua vida diariamente. Cria diversas explicações para as coisas que lhe passam.

Imagine, então, como teria sido o curso de nossas vidas se tivéssemos explicado esses fenômenos de outro jeito. As explicações que nos damos podem abrir ou fechar possibilidades na vida. E, claro, gerar menor ou maior bem-estar para nós.

Mudando nossas explicações, podemos mudar tudo.

Aplicando na sua vida

Agora, eu te proponho um exercício.

Pense um pouco na sua vida e eleja alguns fenômenos significativos para você.

Olhe para isso com atenção e separe os fenômenos das explicações. E então, reflita:

  • As explicações que você deu para esses fenômenos resultaram em quais ações?
  • Isso abriu ou fechou possibilidades em sua vida?
  • Há alguma explicação que você gostaria de mudar hoje? Qual?

Se quiser compartilhar suas reflexões nos comentários, vou adorar saber.

Leia todos os textos da coluna de Luana Fonseca em Vida Simples.


LUANA FONSECA (@almapelomundo) é terapeuta e e coach ontológica, autora do livro “Pode ser melhor” (Bambual Editora) e faz atendimentos a distância. Aprender a diferença entre fenômeno e explicação lhe ajudou a repensar algumas questões em sua vida.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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