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Três clichês nada banais que inspiram a rotina
Os clichês podem ser mais profundo do que você imagina (Foto: arquivo pessoal)
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Neste artigo:

Ah, os clichês. Quem nunca usou um pra se expressar que atire a primeira pedra.

De adesivos de carro, frase em camiseta a declarações e discursos de grandes personalidades, os clichês fazem parte do dia a dia das pessoas pelos quatro cantos do mundo.

Mas os clichês tendem a ser menosprezados por serem expressões ou frases repetidas com tanta frequência que passaram a perder seu valor.

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O que eu não sabia era que a palavra clichê – além de ter esse sentido mais conhecido de “lugar comum” das frases prontas – vem da língua francesa.

“Cliché” era originalmente usada para descrever uma placa metálica na qual uma imagem era gravada em relevo para fins de impressão e multiplicação.

Seja no sentido literal ou figurado, clichê carrega a ideia de algo produzido em série, de repetição indefinida, mas que parte de um ponto único.

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Mas há sabedoria por trás de cada um desses clichês. Afinal, pra uma frase se tornar uma fórmula muito repetida na forma oral ou escrita, ela deve ter algo de verdadeiro e comum a todos, né?

Mas pra enxergar a essência de um clichê é preciso olhar com atenção, meditar sobre seu sentido, analisar sua intenção. Quando passei a fazer isso, o que nada tinha de original se tornou extraordinário. Portanto, selecionei três deles pra filosofarmos juntos nas próximas linhas deste texto.

1. Gentileza gera gentileza

Não nego. A frase é o ápice da banalidade contemporânea. Mas sendo aqui sincera: eu acredito 100% nesse clichê e vivi centenas de boas histórias que provam que, ao ser gentil com uma pessoa, a probabilidade dela ser igualmente amável comigo ou com o próximo é enorme.

Essa semana, por exemplo, fui surpreendida pela organizadora de um evento que Leo e eu palestramos, que nos presenteou com vários docinhos. Aquele ato de gentileza me fez sentir tão especial que quis fazer o mesmo por um amigo, o presenteando com um bolinho.

Ao receber gentilezas – sejam elas em formato de mimo ou em atitudes, como um sorriso, uma ajuda, um agradecimento – automaticamente brota em mim uma genuína felicidade que desbanca qualquer dia ruim.

Além disso, esse sentimento é contagiante. Além de ter certeza que impacta as pessoas que passam por mim, ganho também a vontade de retribuir de alguma forma pela gentileza recebida.

2. Quem tem boca vai a Roma

Esse clichê traduz em palavras como passei a resolver meus problemas, solucionar dúvidas ou compreender algo que não sei: perguntando. Sim, sem a menor vergonha de assumir minha ignorância em algo ou minha necessidade por ajuda alheia.

Seja pra encontrar um lugar que estou buscando ao caminhar pela rua, seja pra conseguir mais mãos pra me auxiliar no trabalho ou mesmo pra chegar a resultados diferentes ao somar mais cabeças a minha ideia. Ao me comunicar, consigo chegar longe.

Percebi que, ao compartilhar com as pessoas um possível desafio que tenho, mais aliados eu ganho pra enfrentá-lo.
E assim, mais forte vou me tornando a cada passo desse caminho.

3. Amanhã é um novo dia

Pode parecer óbvio, mas venho percebendo que esquecemos das coisas mais claras e evidentes. E por isso, é preciso relembrar o óbvio.

Quando o dia acaba, encerra-se com ele a pessoa que sou hoje. Então, quando desperto no dia seguinte, tanto eu quanto o dia somos novos, somos outros. E ganhamos a chance de começar do zero.

Com este clichê, passei a aceitar que meus erros, meus defeitos, meus problemas naquele dia podem ir dormir junto com a chegada da noite, mas não precisam acordar comigo na manhã seguinte.

Amanhã é um novo dia no qual tenho uma chance inédita de colocar minha alma em tudo o que eu faço. Assim, com esse restauro, me perdoo pelo que fiz no passado e aceito o presente como uma folha em branco, pra que eu escreva minha história da melhor maneira possível, pelas próximas horas que tenho.

E se nada sair como previsto, ao fim do dia lembro que amanhã chegará pra recomeçar.

Afinal, a vida é uma caixinha de surpresas, o mundo dá voltas e a vida tem altos e baixos.

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Diana Boccara compartilha mais sobre viver com menos em seu livro “Mínimo Essencial“. Há quase uma décda vive na estrada com seu par de malas, acompanhada pelo seu marido Leo Longo, com quem divide seus dias e o trabalho no duo Couple of Things. Filmmaker e minimalista, vive pelo mundo filmando séries como “What If Collab” (disponível no Amazon Prime Video), ABITAH e “A Volta Ao Mundo em 80 Videoclipes” (ambas disponíveis na Globoplay). Suas histórias já foram contadas nos palcos do TEDx e SXSW. No instagram, o casal divide um pouco mais dos bastidores de uma vida itinerante. E aqui na Vida Simples, eles compartilham aprendizados que uma vida com menos excesso lhes trouxe.


Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião da Vida Simples

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