Sem rodinhas na bicicleta: a magia de acreditar em si mesmo
Acreditar em si mesmo é um pouco como pedalar no desconhecido. Se parar, perde o equilíbrio e não se chega a lugar nenhum. Ganhar confiança em sua própria caminhada – ou pedalada – requer treino.
Era o dia de tirar as rodinhas da bicicleta. Uma Ceci, cor de rosa, modelo clássico dos anos 1990. Aquele sábado poderia ser como qualquer outro dia corriqueiro no mundo atarefado dos adultos, mas, para aquela criança, era como um rito de passagem: finalmente conquistar a liberdade sob duas rodas. Equilibrar-se. Ser capaz de se colocar em movimento, mesmo com um pedalar cambaleante. Coragem e confiança.
Com uma chave inglesa, o pai retira a rodinha, e a menina, com as mãos firmes no guidão, começa a pedalar. Entorta para a direita, conserta para a esquerda e vai, com frio na barriga e com um sorriso de transcendência. Atravessou o misto de medo e desejo.
Acreditou em si, também porque antes acreditaram nela, porque a enxergaram como capaz.
O caminho para acreditar em si mesmo
Gosto das memórias da infância – mesmo as inventadas. Gosto da singeleza das cenas de estreias que os pequenos vivenciam. Ali tem um saber. Um saber inocente que o adulto perdeu.
Acreditar em si mesmo, tema da nossa matéria de capa deste mês, é um pouco como pedalar no desconhecido. Se parar, perde o equilíbrio e não se chega a lugar nenhum. Ganhar confiança em sua própria caminhada – ou pedalada – requer treino.
Um olhar amoroso sobre nossas tentativas e falhas. Um olhar gentil com as nossas potencialidades. Às vezes, a subida é tão íngreme que a gente tem certeza: “não sou capaz”. Mas e agora? Fico aqui embaixo para sempre? E, então, seguimos.
Treine para andar sem rodinhas
Nem sempre precisamos do ponto de chegada, porque a graça está mesmo no caminho. Caminho que é só nosso, de mais ninguém – ainda que a pista fosse a mesma para todo mundo (e é por isso que a comparação é sempre uma rota infeliz).
Que neste mês você possa tirar as rodinhas do que quer que pareça com uma bicicleta. Que receba o empurrãozinho de quem te ama. E pedale, com sorrisos de transcendência.
Este texto foi publicado originalmente na edição 259 de Vida Simples
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