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Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Unsplash | Earl Wilcox
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Você se dá tempo para realizar sonhos? Para fazer aquela aula que você sempre quis, sair para conhecer um restaurante novo, experimentar um esporte diferente… Lu Gastal nos conta quando foi a última vez que ela fez algo pela primeira vez: uma aula de cerâmica que aqueceu seu coração.

Diariamente, converso comigo mesma expondo pensamentos recorrentes que faço questão de falar para poder ouvir. Se alguém porventura presencia o momento, um explicativo sorriso traduz: “falando comigo mesma” e 99% das vezes o assunto se encerra. São como mantras que lembram e afirmam aquilo que a mim faz sentido.

Não é segredo meu amor pelo fazer manual. Em dias de trabalho intenso, quando a possibilidade de demandar um tempo a alguma atividade artesanal se encontra distante, entoo repetidamente “pelas mãos a alma transborda”. Não significa que a atividade naquele momento seja qualquer espécie de martírio, é só pra confirmar o quão preciosos são os momentos em que me entrego a atividades manuais. É um tempo de paz, se é que consigo explicar.

Chega de deixar para depois

Quando visito algum ateliê de cerâmica, desejo intensamente viver a experiência de produzir algo com argila. Confesso, querido leitor, era recorrente minha vontade de viver momentos numa oficina onde você suja as mãos, a roupa e volta para casa feliz. Mas, com as desculpas mais variadas, seguidamente me deixava pra depois. Tantas outras coisas sobrepostas a um generoso olhar!

Eis que me presenteei com horas dedicadas a modelar artesanalmente peças que me acompanharão à mesa nas refeições. E o ditado “cuidado com o que desejas” se fez real!

O dia chegou

Esperei aquela tarde como à época do primeiro dia de aula no colégio. Dessa vez, o uniforme escolar deu lugar à roupa confortável. Pontualmente, às 14h, de cabelo amarrado e uma ansiedade gostosa que sequer fiz questão de disfarçar, pisei na escola de cerâmica! Contando os minutos para colocar as mãos na massa (digo, na argila), ao ser questionada pela professora qual peça desejava fazer, respondi prontamente “ainda não sei”! Por óbvio, ela entendeu, e após breves explicações de manuseio virou-se, concedendo à aluna novata a experiência desse encontro.

Durante leves e deliciosas quatro horas, permiti que a alma transbordasse pelas minhas mãos, num tempo de silêncio que há muito não vivia, despreocupada com perfeição, técnica, “certos ou errados”.

Em movimentos lentos num compasso todinho meu, entre escassos goles de café e muitos de água, nasceram três diferentes pratos. Além deles, naquela mesa havia um coração transbordando de alegria, que nesse momento aguarda a próxima aula de autoamor.

https://www.instagram.com/p/Cavm_dPLEB1/

A propósito, quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

Beijos meus!

PARA CONTINUAR COM A LU: Se faltar energia


LU GASTAL (@lugastal) trocou o mundo das formalidades pelo das manualidades. É advogada por formação, artesã por convicção. Autora do livro Relicário de Afetos (Editora Satolep Press), participa de palestras por todos os cantos. Desde que escolheu tecer seus sonhos e compartilhar suas ideias criativas, não parou mais de colorir o mundo ao seu redor.

Leia todos os textos da coluna de Lu Gastal em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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