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O ato de cuidar: Uma estrada de duas mãos
Carli Jeen
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Uma xícara de chá. Boldo. Bom para o estômago, ele me disse. Meu namorado é assim. Não gosta de remédio. Quando passei mal, no meio da madrugada, boldo foi o que ofereceu para cuidar de mim. Ao estender a caneca, alertou: “está bem quente, não beba goles grandes”. Na sequência, afastou o próprio travesseiro e o colocou atrás de mim para que ficasse bem acomodada. Não sei se foi o boldo ou o carinho, mas me senti um pouco melhor depois daquela xícara.

Ser cuidada é algo que me comove. Ultimamente vivo entre duas pontas: meus pais idosos, com mais de 80 anos, e meus filhos, com 13. Levo nos médicos, compro os remédios, acompanho a rotina, abraço, acarinho, converso, apaziguo confusões. Tanto com meus pais quanto com meus filhos. Não era algo que estivesse esperando fazer: cuidar tanto. De todos. Apenas aconteceu. Mas às vezes a vida nos coloca diante desses papéis, seja pela pouca presença do pai, no caso dos filhos; ou pela proximidade de casa dos meus pais.

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