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Fui passear e dei de cara com a criatividade
Estéfi Machado | Arquivo pessoal Foto: Estéfi Machado/ Arquivo pessoal
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Neste artigo:

Muitas pessoas se perguntam sobre como ser mais criativo. O fato é que a criatividade surge quando a gente menos espera. Existe, no entanto, uma maneira muito eficiente de encontrá-la pelo caminho: vivendo o presente de forma plena. Quem nos revela isso é Estéfi Machado, na coluna deste mês.  

Você deve estar se perguntando: que raios de título é esse?

Estranho né? Mas explico.

Eu me considero uma pessoa criativa.

De verdade, sem falsa modéstia.

Se você olhar nos posts do meu perfil no Instagram, vai ver que sempre tem dezenas de comentários mais ou menos assim:

— Meu deus, mas de onde vem tanta criatividade?

E essa é a hora em que a lisonja corre meu corpinho da cabeça aos pés, que eu respondo com coraçõezinhos, agradeço e sigo a vida.

Mas a grande verdade, minha gente, vou revelar agora pra vocês sem nenhum custo:

A criatividade NÃO é um superpoder.

Os criativos não são pessoas especialmente escolhidas pelos cosmos pra ter ideias melhores que as suas.

Eu acho de verdade que todos nós, humanos, temos o mesmo potencial criativo.

Desde sempre, desde os primeiros movimentos quando bebês, quando levantamos um bracinho e decidimos no meio do caminho se ele vai pra nossa boca ou vai arrancar um chumaço de cabelo da mãe.

Pouco depois começamos a subverter o significado das coisas antes mesmo de saber pra que elas servem (sabem aquela história da criança que brinca mais com a caixa do que com o próprio brinquedo?)

E, assim, continuamos até algo externo começar a aparar esse potencial todo.

Surgem os limites

Li uma pesquisa que conta que crianças do mundo inteiro quando ingressam no ensino fundamental perdem cerca de 50% do seu potencial criativo.

Claro que tem a ver com as falhas do sistema educacional, mas não vou entrar nessa seara. Meu ponto aqui é: a gente começou com carga total e algo foi se perdendo no caminho.

E a grande pergunta que fica:

— E os que “não perderam” a criatividade pelo caminho, o que fizeram de diferente?

Não pense que eu tenho uma resposta exata pra vocês.

Mas tenho uma desconfiança.

Desconfio que a criatividade está totalmente relacionada à presença.

Mas não é aquela presença do tipo “decidi ter uma ideia, vou sentar na rede e ter uma ideia tão boa que uma lâmpada vai acender na minha cabeça”.

É outra presença.

É estar atento ao ordinário.

É olhar e reolhar pras coisas à nossa volta, estando lá.

Desse jeito, sim, a criatividade vira um superpoder.

E isso não é exclusivo para artistas, músicos, publicitários e escritores.

Criatividade onipresente

A criatividade pode chegar no dentista do seu filho na maneira como ele distrai a criança improvisando com ferramentas aparentemente pouco amigáveis ou pode estar no modo como o contador faz uma planilha parecer interessante pra quem não é chegado aos números.

E olha, a boa notícia é que isso poder ser exercitado.

A presença e a atenção podem sim ser exercitadas.

E é nessa hora que coisas lindas acontecem: quando já estamos lá e, de repente, não mais que de repente, um outro jeito de enxergar o ordinário se faz real bem na sua frente.

Foto: Estéfi Machado/ Arquivo pessoal

E aí, minha gente, mantenham seus cintos afivelados porque folha vai virar asa, broca vai virar foguete e eu certamente vou querer estar lá pra admirar as suas planilhas.

Leia todos os textos da coluna de Estéfi Machado na Vida Simples


ESTÉFI MACHADO (@blog.estefi.machado) é mãe do Teo, designer, crafiteira, cenógrafa, fotógrafa, escritora e autora de um blog que há 9 anos compartilha ideias de brincadeiras entre adultos e crianças para inspirar os pais a se conectarem com seus filhos através do brincar. Também tem mais dois filhos. Um deles é “O Livro da Estéfi”, com a Companhia das Letrinhas, e o outro é o curso da Estéfi, criado para conectar famílias. Pregadora do brincar, Estéfi acredita que a brincadeira pode salvar o mundo.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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