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“Eu não sou sua amiga, eu sou sua mãe”: qual o limite dessa relação?
Estéfi Machado curtindo o show do Bruno Mars ao lado do filho Teo (Foto: Arquivo pessoal)
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Certamente essa é uma das frases de mãe mais ouvidas por todos os filhos na história da humanidade: “Eu não sou sua amiga, eu sou sua mãe”.

Tenha você a idade que tiver, essa frase se repete por gerações e gerações, ainda que gere polêmica hoje por conta de tantas linhas de educação parental que enxergam diferente a maneira de se relacionar com filhos.

Veja eu, por exemplo, 45 anos, com um filho adolescente de 16. Mesmo tendo ouvido essa frase da minha mãe, eu quis fazer um tiquinho diferente com o Teo. E, atenção! Eu ouvi essa frase de maneira MUITO respeitosa, não era com autoridade nem agressividade, era simplesmente minha mãe pontuando o limite do papel dela na minha educação.

Mas aí eu me questiono e de quebra te pergunto: Que limite é esse? Como saber se apertamos ou afrouxamos demais essa linha?

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Um show com meu filho

Esse fim de semana passei por uma experiência muito preciosa com meu filho. Fui a um festival de música com ele, desses com centenas de milhares de pessoas, 12 horas em pé, filas quilométricas e perrengues de todo tipo. Vamos deixar claro: eu não era a primeira opção de companhia pra ele, fato.

Mas, aconteceu de nenhum amigo poder ir, e lá foi a mãe animada e sagitariana fazer coro pro Bruno Mars. Tudo muito legal, a aventura de um primeiro grande festival, fomos cantando no trem, pulando de animação, quando muito por acaso ele esbarrou com alguns amigos da escola por lá. Foi então que eu pensei: danou-se, vou ficar sozinha agora.

Combinado é combinado

Mas meu combinado com ele não era esse, e praticamente era impossível a gente se separar e se encontrar depois do show naquele evento gigantesco. Foi ali que ele disse pros amigos: “gente, essa aqui é a minha mãe, vamos ficar juntos”. (❤️)

Atenção para o pequeno grande detalhe: eu sou muito próxima dos amigos do meu filho, mas esses em particular eu não conhecia. E isso fez toda diferença na minha postura durante as próximas 6 horas que viriam pela frente, afinal eles não sabiam que eu podia ser legal! 🙂

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Poderia resumir a empreitada com um “a gente conversou, riu, se espremeu juntos e gritou e cantou loucamente como uma turma de amigos.”

MAS:

Eu todo tempo fiz o exercício do “sua mãe, não sua amiguinha”.
E aqui entre nós, é difícil pra caramba você acertar a mão.
É uma arte detectar se você tá só cuidando ou espionando o que eles fazem.
É um enigma decidir se você entra na conversa deles ou espera uma deixa no assunto pra falar sem ser invasiva.
Tentar usar as gírias deles pra se enturmar? NEM PENSAR, anota essa dica!
Se enfiar na selfie que eles vão postar nos stories pros best friends? JAMAIS NESSA VIDA.
Lançar um olhar julgador pra amiga que não larga o vape um minuto sequer? Melhor não.

Observe e converse na hora certa

Isso não significa que pode tudo e o que eu vi vai passar em brancas nuvens. Muito pelo contrário, tudo é gancho pra mais tarde, quando você estiverem sozinhos poderem conversar sobre o que rolou.

E essa hora é MUITO preciosa.

É a hora de escutar sem julgar, de trocar e se mostrar vulnerável e de conhecer e criar (mais) intimidade com aquela criaturinha que você colocou no mundo e que, pasme, hoje voa sozinha.

Mãe amiga, mas com limites inegociáveis

Acho que esse é o grande desafio em se relacionar como “mãe amiga” com filhos adolescentes. Dar toda abertura possível, mas ao mesmo tempo dar contornos e expor seus limites inegociáveis.

E quer saber?

Nessa aventura, acho que fui muito bem. Me dei nota 8, só perdi 2 pontos por não resistir e fazer selfie com os adolescentes… Mas quem sabe são esses os ônus e bônus de ser mãe… e também um pouco amiga.

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