Escolha o fácil que faz bem
Precisamos olhar com atenção para aquilo que fazemos bem e com facilidade. Isso nos dá pistas para trabalhar com o que mais faz sentido – em vez de nos afundarmos em tarefas de que não gostamos
Quais são as coisas que você faz naturalmente bem? Aquelas que você faz com facilidade e depois que as realiza se sente energizada e feliz? As que até podem ser banais pra você, mas você realmente gosta de fazer e são reconhecidas como uma contribuição importante pelos outros, no trabalho, em casa, entre seus amigos?
Que atividades fazem você se sentir útil, viva, forte, parte de um todo? Que qualidades você coloca nessas coisas que você faz naturalmente bem? Já parou para pensar nas suas capacidades e habilidades nesses termos?
Eu proponho que você lance um olhar mais generoso ao que pode dar a você um senso de competência “inspirada”. Que tal parar de tentar ser boa naquilo que faz mal pra você e focar no que produz sensações de domínio combinado à leveza e bem-estar?
Que tal parar de tentar ser boa em tudo, para todos, e começar uma relação de observação e respeito ao que faz o seu modo de fazer as coisas ser só seu?
Há uma dispersão de energia enorme na tentativa de viver conforme a expectativa dos outros, fazendo as coisas de um modo que satisfaça aos outros e que, supostamente, garanta um justo reconhecimento aos seus esforços no final.
Em geral, não é assim que acontece, porque isso não está combinado com o mundo – é algo que você decreta que é o certo dentro da sua cabeça, seguindo crenças de adequação ou uma necessidade distorcida de agradar para receber atenção de volta, fazendo o que você acha que agradaria a todo mundo, menos você.
Aquelas coisas que você faz porque são fáceis pra você (ou nem tanto assim), mas não são o que você realmente gostaria de realizar, não necessariamente vão ser valorizadas ou, sequer, percebidas. Pegar mais um documento da colega de trabalho para formatar porque você é ótima nisso, só porque ela pediu, mas sob a tensão de comprometer seu foco, sua vontade e sua agenda do dia, pode parecer legal, mas não vai ser – com você mesma! Se dispor a assumir algo que outra pessoa pode dar conta, inclusive com a sua orientação e seu incentivo, não é a melhor maneira de reconhecer seus talentos e nem de ser percebida como alguém que faz a diferença.
Tente observar as suas habilidades pelo viés do que é mais natural, mais autêntico e mais favorável a quem você quer ser. Coloque atenção ao seu jeito de estar no mundo, quando você não está fazendo força pra encaixar no que você acha que deveria fazer pra ser valorizada. Como você faz as coisas quando nem sente o tempo passar? Como você faz as coisas quando está sendo mais você? Qual é o seu melhor modus operandi? Tenha curiosidade sobre o seu modo de funcionar para além da sua formação técnica. Além do seu currículo profissional, há o seu jeito pessoal de expressar conhecimentos, ideias, afeição. Como ele é, você sabe explicar?
O seu melhor jeito de funcionar guarda os seus “superpoderes”, aqueles que quando você acessa, fazem você se sentir incrivelmente bem. Não há mal algum em afirmar o seu melhor, e, ao mesmo tempo, reconhecer que você não é perfeita e que não precisa ser boa naquilo que não faz sentido pra você agora, mesmo que seja algo muito fácil de fazer. Exerça o seu direito a ficar muito boa naquilo que faz muito bem a você e vá descartando o resto, com toda graça e tranquilidade. Bem-vinda à sua declaração de humanidade!
Ju De Mari é uma jornalista que virou coach para mulheres na PROSA Coaching. Pratica singelezas como forma de se relacionar com a vida de maneira mais criativa. Adora flores e fotografia, tem dois filhos e raízes no frevo pernambucano. Nesta coluna mensal, compartilha reflexões sobre transição de carreira e de estilo de vida para inspirar pequenas revoluções possíveis e práticas.
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