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É mais fácil educar com respeito?
Crédito: Ryan Scott | Unsplash
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É preciso que se diga que educar com respeito, para a não violência, não significa que a educação será mais fácil.

A educação consciente, com respeito, não violenta – como quisermos chamá-la – pegou carona da humanização do parto e percebo com alegria que veio para ficar. Muita gente tem repensado a forma de educar suas crianças. Nesse sentido, fazendo um contraponto à forma com que foram educados. Geralmente sem muito vínculo emocional, com palmadas, chineladas, beliscões e tudo que vem junto desse pacote.

Entretanto, estando imersa nesse mundo da parentalidade, percebo que às vezes achamos que por envolver mais respeito, vínculo e apego. Uma criação desse tipo (que “conversa” mais com o que se passa no nosso coração) seria “mais fácil”.

Respeito

Na verdade, vejo acontecer o oposto. Por ir contra o que toda a sociedade nos diz para fazer com a criança  — bater, afastar, menos colo, menos conversa — o dia a dia tende a ser mais cansativo e mais solitário.

educação

Crédito: Katherine Hanlon | Unsplash

Assim, uma criança educada com base no respeito não será “mais boazinha” do que as outras.  Provavelmente, ela terá mais voz e trará mais questionamentos. O que muitas vezes quer dizer mais insistência. Vai agir mais de acordo com seu instinto. E isso quer dizer, mais movimento, mais confusão, mais sujeira.

Educação

Mais do isso, ela vai poder demandar todo colo e presença que necessita. E isso, muitas vezes, quer dizer que precisaremos ter mais disponibilidade e enfrentar os problemas estruturais e familiares que não nos deixam ter essa disponibilidade. Não é bolinho não.

Sabemos muito bem que há um monte de ganhos para a criança em enfrentarmos essas dificuldades. A criança é o elo mais fraco da cadeia, sempre. Quando voltamos nossa indignação para as faltas estruturais e estruturantes da parentalidade. Tais como políticas públicas adequadas, envolvimento de ambos os cuidadores na mesma medida e rede real de apoio, deixamos um pouco de lado a necessidade de descontar nossas grandes frustrações na criança.

Priorizar a criança

Porque, em última instância, punir a criança por ser criança é exatamente isso: priorizar o mundo dos adultos. Essa ordem precisa ser invertida.A mensagem que eu queria deixar aqui é: está difícil porque é difícil, não porque estamos errando. As referências de educação que temos são de outras épocas, de um mundo que não existe mais.

É preciso lembrar que estamos inventando nossas próprias referências. Assim, podemos ter compaixão pelas crianças na mesma medida que teremos por nós mesmas.


THAIS BASILE é mãe da Lorena, psicanalista, escritora, palestrante, especialista em psicopedagogia e educadora parental. Eterna estudante e apaixonada por relações humanas e por tudo que a infância tem a ensinar. Compartilha seu conhecimento para uma educação mais respeitosa no Educação para a paz.

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