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Fazer descartes corretos, ou até mesmo jogar coisas fora, pode ser mais difícil do que imaginamos. As vezes nos faz sentir culpados, mas só precisamos pensar com cuidado

Todos nós temos tendência a gostar de colocar em prática métodos de organização e armazenamento dentro de nossas casas. Roupas e objetos arrumados sistematicamente podem dar a aparência de funcionalidade, mas sempre acreditei, que o primeiro passo em qualquer abordagem eficaz de armazenamento ou organização, é o descarte!

Tenho observado que o fenômeno da organização vem crescendo a cada dia, e afeta diretamente todos os lugares que armazenamos coisas dentro dos espaços de nossas casas e de nossas vidas. Guarda-roupas, despensas, gavetas, geladeiras, estantes de livros, arquivos, armários de lavanderia e garagens, podem ser os lugares mais perigosos para que coisas possam ser esquecidas por um bom tempo. Mas pense, não adianta ficar tentando achar lugar para organizar e armazenar coisas que não vamos mais usar. A quantidade de coisas que possuímos está destinada a aumentar a cada dia até preencher o espaço de armazenamento disponível que temos. E daí, o que fazer quando todos os espaços estiverem lotados?

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Vejo a mídia apresentar pessoas especializadas em organização, as quais orgulhosamente expõem suas técnicas para armazenar nossa casa inteira, assim como sites cheios de anúncios de produtos de armazenamento que garantem sua eficácia, além de uma infinidade de livros que tratam de organização de documentos, papéis, fotos e inclusive de sua vida digital.

Os processos são únicos

Veja bem, não estou questionando a funcionalidade destes métodos, e confesso que gosto muito da ideia de pegar emprestado essa mentalidade desses experts que geralmente amam vender seus métodos de armazenamento e organização que parecem bastante adequados para eles. Mas o fato é que somos diferentes deles. Cada processo é único, e por mais que tentemos seguir seus métodos, estamos fadados ao fracasso em algum momento. E você já se perguntou por que isso acontece?

Para mim, o foco principal é ter um propósito e descobrir o que funciona de acordo com o estilo e a necessidade de cada um. Não existe organização sem olhar para dentro. Precisamos buscar aquilo que funciona para nós mesmos.

Geralmente, no meu trabalho, ouço clientes explicando que já tentaram alguns desses métodos de classificação, mas ainda, infelizmente, continuam perdidos por não conseguirem adaptar seus estilos de vida com os mesmos. E minha resposta é sempre a mesma: se você não sabe o que é, realmente, essencial para você manter, fica difícil aplicar qualquer método em sua própria vida numa tentativa de organizar, inclusive o que você não necessita mais.

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Outra questão é que não se trata somente sobre uma boa organização e armazenagem. Mas, sim, sobre refletirmos nossa atitude de posse sobre todas as coisas que mantemos. Aplicamos estes métodos sem um pensamento anterior apropriado. Sem nem considerar se as coisas que estamos organizando e armazenando são realmente necessárias manter para viver.

Precisamos arrumar

Tenho avaliado o quanto essa tendência pode dificultar um pouco a nossa vida, pois permanecemos tentando achar espaços para coisas que nem precisamos mais. Se permitirmos que as coisas se acumulem com o tempo, não teremos chances de arrumar nossos espaços apenas com estes métodos. E quando não há espaço suficiente para acomodá-las, nenhum deles poderá nos ajudar a lidar com nossos excessos.

Temos que entender que estes métodos de armazenamento e organização são necessários somente porque existem muitas coisas a serem arrumadas. Experimente reduzir a quantidade dessas coisas, se libertando um pouco mais de ter que confiar seus espaços a eles.

Ultimamente tenho pensado que o maior perigo de aplicá-los em casa, é que podemos passar a ser seduzidos unicamente pelo prazer de preservar a ordem. Tudo bem se a preservação dessa ordem nos traz tranquilidade, mas se quisermos impedir que as coisas se acumulem, é importante empregar práticas de descarte constantes e ativas.
Sendo assim, se diminuirmos a quantidade de coisas que temos, um sistema de armazenamento e organização não será mais tão necessário, e seremos capazes de lidar com as coisas mais naturalmente.

Cuide do que é essencial

Fazer descartes corretos, ou até mesmo jogar coisas fora, pode ser mais difícil do que imaginamos. Às vezes, nos faz sentir culpados, mas só precisamos pensar com cuidado, e enfrentar esses sentimentos com leveza e seguir em frente, mantendo apenas as coisas realmente necessárias e que fazem sentido para nós e nossa família. Além de entender que começaremos a hesitar antes de comprar coisas novas com tanta facilidade, devido a todo esse processo doloroso que experimentamos ao descartar coisas que não precisamos mais.

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E posso garantir que apreciaremos muito mais a sensação de cuidar dessas coisas que são realmente essenciais em nossa vida. Minimizar ajuda a gente a ganhar mais liberdade.

Coragem, destralhem-se!!!

 

Clô Azevedo é arquiteta e acredita que a casa é uma extensão das vidas que a habitam. Desenvolve projetos de design de interiores afetivos para conectar pessoas com suas histórias, inspirando a reinventar seu próprio espaço, morar bem e viver melhor. Seu site é designafetivo.com.

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