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Conversas profundas seriam mesmo “papo de maluco”?
(Foto: Oleg Moroz/Unsplash)
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Sempre fui da opinião de que, se queremos mudar o mundo, temos de começar por nós mesmos e logo passar a ser ativos nas pequenas comunidades das quais fazemos parte.

Depois de 13 anos representando a Seleção Brasileira de Futebol, tive o privilégio de conviver com todo tipo de gente. Tentava aprender algo com cada pessoa. Entretanto, tinha maior fascínio por estar ligado àquelas que, de certa forma, “servem” aos atletas.

A galera que pega no pesado, dorme tarde, acorda cedo, não tem hora certa para comer nem para descansar.

Grandes homens como o Deni, massagista, que também representava o Flamengo e que já não está entre nós, infelizmente; ou o Serginho, outro massagista, do Palmeiras, disposto a servir em qualquer momento.

Nessa jornada ainda encontrei o Charlinho, fisioterapeuta, com trabalhos para o Cruzeiro e o Santos, e que se tornou meu grande amigo. Ele teve uma perna amputada na juventude, quando sonhava em ser atleta de futebol. Que Charlinho me permita dizer: esse episódio o levou para outra direção, não só em termos de profissão, mas de sabedoria de vida.

Então, desde que nos conhecemos, temos grandes debates na fisioterapia a respeito de tudo o que se possa imaginar, sob uma ótica profunda e bastante reflexiva.

Por muito tempo, enquanto o pessoal escutava nossa conversa, comentava que aquilo era “papo de maluco”.

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A coragem de introduzir conversas profundas

Tem sido desafiador, no meio em que atuo, introduzir temas como trauma, equidade, feminismo e novas masculinidades, embasando argumentos em frases de grandes filósofos, pensadores e trechos de livros.

Porém algo vem acontecendo. Em alguns momentos, vejo se formar uma grande roda de ideias, dos mais variados assuntos, de modo consideravelmente reflexivo.

Certo dia, questionávamos de onde vêm nossas características, o que herdamos dos nossos pais, e foi tão entusiasmante!

Frases do tipo “nunca tinha pensado nisso” apareciam na “mesa-redonda”. Isso, para mim, já foi uma conquista importante.

Despertar outros raciocínios, outros pontos de vista, gerar a troca. Um movimento vital. Grandes mudanças, portanto, começaram aos poucos, em baixa escala, passo a passo, e logo se via uma enorme diferença.

Eu valorizo muito esses momentos. Eles me motivam a criar e promover novos debates. E você? Tem introduzido novas formas de pensar ao seu redor?

Coragem! Certamente, tem mais “malucos” querendo segui-lo!

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 271 da Vida Simples

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