Conhecer a essência do Carnaval abre portas para a leveza
Quem sabe viver intensamente as alegrias do Carnaval consegue aceitar as oscilações da vida de forma mais leve e preparada
A vida é feita do que vivemos, do que lembramos e de como compreendemos as experiências vividas. Estamos em pleno fevereiro de Carnaval e, como muitas datas e festividades nos lembram alguém, o Carnaval para mim remete ao Wilson, meu sogro.
Um ser incrível, que recentemente vivenciou uma experiência delicada, que tocou a todos nós. Gostaria de compartilhá-la, pois se trata de uma lição pedagógica: os ciclos da vida e a aceitação de suas inevitáveis flutuações, um tema fundamental da existência humana.
Mas adianto que ele está bem! Foram dias delicados na UTI e, ao ver tantas realidades ali expostas, naturalmente revisitei meus diálogos com Mário Sérgio Cortella sobre os ciclos da vida.
Algo que exploramos no livro As Quatro Estações da Alma: Da Angústia à Esperança (Papirus 7 Mares), enfatizando a importância de aprender a navegar pelas diversas fases do viver.
Carnavais ensolarados e invernos inevitáveis
Temos verões ensolarados, mas também períodos invernosos e, às vezes, infernais, que nos lembram a inevitabilidade dos momentos difíceis.
A vida não é uma sequência linear de eventos felizes, mas um mosaico de experiências variadas, algumas alegres e outras desafiadoras.
Muitas vezes, tentamos evitar os dias chuvosos, mas eles existem. Em nosso caso, voltávamos de viagem quando Wilson passou mal e, com quadro de pós-AVC, estava sendo internado no mesmo hospital onde minha mãe passou seus últimos dias. Do hotel à UTI.
Nessas horas, descobrimos os recursos que temos, ou não, para encarar os desafios. Aprendemos que resistir aos percalços e às dores da vida não nos impede de enfrentá-los.
A chuva acontece, mesmo sendo Carnaval
Na verdade, nossa resistência apenas prolonga a dor e atrasa a próxima etapa da nossa jornada. Aprendemos ainda que o movimento entre a vida e a dor é um espaço para nos adaptar, nos desenvolver e criar mudanças duradouras.
Um momento dolorido nos chega em uma dança cíclica. Experimentamos esse desafio e seguimos o caminho da aceitação para, então, nos curar. Afinal, tudo se modifica.
Meu sogro adora ouvir frevos carnavalescos, algo que certamente fará neste Carnaval. Ele ama a vida, é uma alma alegre e leve, e nos fez rir com a maneira como enfrentou o período na UTI.
Por saber viver intensamente as alegrias, ele encarou com leveza – ainda que disfarçando sua angústia – os dias chuvosos pelos quais passou.
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Conteúdo publicado originalmente na Edição 264 da Vida Simples
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