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Coisa boa
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Se desconecte por uns minutos do mundo virtual, das notícias ruins e sentimentos ansiosos. Apenas reserve uns minutos para o seu silêncio, e escute seu coração

Seguidamente, pelas redes sociais, recebo a pergunta: o que te inspira? Sem muito pensar, a resposta quase sempre versa em torno de uma das características mais presentes em mim: sou uma observadora costumaz, e esse hábito não me limita a atentar apenas para assuntos, cenas e locais que me interessam. Observo e pronto! Logo, aqui está a resposta: observar me proporciona infinitas e diversas inspirações. Mas nosso papo de hoje não será inspiração, será sobre observação.

Desde que mergulhei (mergulhamos) na quarentena, tempos estranhos sem o controle do ir e vir, com a orientação de ficar em casa e respeitar protocolos de cuidados intensos, observei uma profusão de comentários negativos e reclamações das limitações que o período de isolamento nos tem imposto. Ao mesmo tempo, observadora que sou, vejo, e sinto, movimentos de coisas boas acontecendo por aí.

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A quem não está acostumado com o termo, os dicionários informais inquilinos do Google atribuem à expressão “coisa boa” como algo que designa “um acontecimento muito bom, bem legal”. Quem comigo convive sabe, as melhores coisas que vivo ou presencio classifico como coisa boa. Assim mesmo, no singular!

Coisa boa para mim

Não sei exatamente de onde atribuí essa expressão como tradução de um momento no qual me sinto muito bem, talvez até seja algo costumeiramente dito por gaúchos. Por falar em coisa boa, há alguns anos, meus amigos publicitários e cheios de amor Bárbara e Rafa, criaram um perfil nas redes com o nome “15 segundos de coisa boa”, com o olhar de valorizar momentos do cotidiano que muitas vezes nem reparamos ou aproveitamos. Vale a visita!
Mas hoje, queridos leitores, faço exercício de enumerar momentos e situações simples do meu cotidiano em quarentena que me fizeram pensar, mentalizar ou dizer pra mim mesma: coisa boa!

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1. O calor do fogão a lenha na cozinha da casa da mãe;
2. Estar perto da minha mãe;
3. Contemplar a passagem das estações, do clima, o pôr do sol;
4. Observar as estradas por onde tenho andado (mesmo com a limitação de, muitas vezes, sair de dentro do carro)
5. O WhastApp, que proporciona me conectar virtualmente com quem me faz bem;
6. Comer bergamota no sol depois do almoço;

O que é uma coisa boa para você?

Aqui um desabafo: a vida aqui é real, é claro que há coisas não tão boas apertando meu peito nesse período, mas, como falei anteriormente, hoje me propus a observar frações de momentos que me fazem sentir bem. E enquanto lhes escrevo essas palavras, pergunto a algumas pessoas especiais que tenho por perto e estão online, uma coisa boa da sua quarentena. Abaixo, respostas sinceras para pergunta direta:

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– jogar videogame a tarde toda com os “brothers”;
– se reconectar com a vida na fazenda;
– encontrar uma coisa que gosto de estudar;
– ficar acordada para ver/sentir o amanhecer… sem pressa e com café, misturar o perfume geladinho do dia nascendo com o café quentinho
– declarações virtuais de carinho;
– conversas online antes de dormir;
– se conectar consigo mesma;
– ver a mobilização de jovens se oferecendo para fazer compras para idosos e deixando nas portas das suas casas;
– estar mais conectado com a família e rever as prioridades na vida.
– passar mais tempo e conversar com a filha adolescente/quase adulta;
– degustar o tempo, senti-lo sem temer o caminho;
– olhar para as memórias – ler cartas antigas;
– se desafiar em coisas banais, como fritar um ovo.
– descobri que minha casa é mais aconchegante do que eu imaginava.

Coisa boa para você, leitor

Agora, querido leitor que aqui dedicou alguns minutos do seu dia, pense aí, e conte pra você mesmo alguma coisa boa da sua quarentena. Se desconecte por uns minutos do mundo virtual, das notícias ruins e sentimentos ansiosos. Apenas reserve uns minutos para o seu silêncio, e escute seu coração!

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Beijos meus

p.s: pra quem não sabe, bergamota é aquela fruta laranja azedinha, de casca fina e gomos polpudos, também conhecida como mexerica ou tangerina.

Lu Gastal trocou o mundo das formalidades pelo das manualidades. Advogada por formação, artesã por convicção. É autora do livro “Relicário de afetos” e participa de palestras por todos os cantos. Desde que escolheu tecer seus sonhos e compartilhar suas ideias criativas, não parou mais de colorir o mundo ao seu redor. Seu Instagram é @lugastal.

*Os textos de nossos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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