A riqueza da vida: o que é prosperidade para você?

Quando eu era criança, costumava dizer que, na vida adulta, seria rica. Assim, como se o saldo da conta bancária fosse uma escolha baseada no meu (inocente) querer. “Pai, a gente é rico?”, eu me lembro de perguntar. “De saúde, sim”, ele me dizia. Cresci numa família de classe média, com pais comerciantes que trabalhavam muito, todos os dias. A caçula de um casal com comportamentos diametralmente opostos com relação às finanças. Meu pai gastava como se o dinheiro fosse infinito; minha mãe poupava como se nunca tivesse o suficiente.

“Precisa economizar para o futuro”, era o que ela mais falava. Quando cresci, pude entender, em alguma medida, as crenças de cada um. E como suas histórias de vida os motivavam a se relacionar de maneira tão distinta diante da mesma situação. A infância pobre da minha mãe talvez tenha feito com que o medo da escassez ditasse sua maneira econômica de nunca gastar. Já meu pai, também de origem humilde, podia pensar que, afinal, a vida é agora. Para que se preocupar tanto com o amanhã?

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Essas crenças são como filtros de realidade, que acabam por ditar nossas ações baseadas na maneira como a gente vê o mundo. É um mundo de falta ou de abundância? De poucos recursos ou com o suficiente para todos? Para muita gente, prosperidade pode ser apenas o acumular de riquezas.

Para outros, é levar uma vida tranquila perto de quem se ama. Há quem tenha aversão ao dinheiro e quem só viva por ele. Tenho aprendido que ser próspero tem mais a ver com reconhecer a sua verdade, aquilo que você valoriza como bem viver, e como o faz de maneira consciente – até mesmo de seus recursos financeiros. Para mim, prosperar é me colocar a serviço dos meus sonhos. É sonhar alto e sentir que eu mereço conquistar. Nesse sentido, talvez eu não me torne rica, mas, certamente, com uma boa vida para contar.

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