A energia curativa do banho de floresta
O banho de floresta é uma experiência multissensorial e regeneradora que nos reconecta com a Mãe Terra
Nos últimos 35 anos, tive a oportunidade de exercer alguns ofícios quase que simultaneamente. Um deles, o de terapeuta da floresta. Desenvolvi vivências de banho de floresta que transcorriam na mata, nas trilhas e clareiras, com direito a rios e cachoeiras.
A paisagem, o caminhar, o respirar, o aroma das folhas e o frescor do vento, assim como a luz das águas, são emanações de energia curativa. Já conduzi milhares de pessoas nessas práticas.
Algumas, contudo, se decepcionaram comigo, pois esperavam que eu oferecesse um tipo de elixir xamânico mágico, uma beberagem definitiva para a resolução dos seus conflitos.
Os pajés que me iniciaram no caminho da cura mostraram que a floresta, por si só, é um caudal de vibrações restaurativas. Basta caminhar, contemplar, silenciar e respirar conscientemente entre árvores, rios, cachoeiras; em trilhas para conexão com o interior de si mesmo.
Banho de floresta: uma tradição japonesa
Felizmente, o banho de floresta, também conhecido como shinrin-yoku, uma tradição japonesa, tem se destacado nos últimos anos como um antídoto para o estresse e a desconexão.
Essa prática, das mais acessíveis, envolve imiscuir-se na natureza, dedicando tempo para caminhar ou simplesmente estar presente em um ambiente natural. E seus benefícios vão muito além do relaxamento.
Trata-se de uma experiência que apela a todos os nossos sentidos, nos ajudando a desconectar dos estímulos excessivos do mundo digital e a nos reconectar com nós mesmos. Num lugar de serenidade.
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Estudos mostram que ela reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e melhora o sistema imunológico. Além disso, está associada à diminuição da ansiedade, depressão e insônia. Sem falar que estimula a criatividade, a concentração e a resolução de problemas.
Médicos recomendam imersão na floresta
Nota-se ainda que, ao se religarem com a natureza, as pessoas tendem a desenvolver um maior senso de responsabilidade ambiental e a valorizar a conservação dos ecossistemas naturais. Isso pode levar a um maior engajamento em atividades de preservação ecológica e a um esforço coletivo para cuidar de nossa Mãe Terra.
O mais incrível é que a prática está prestes a ser recomendada pelo SUS, como uma atividade medicinal importante para a saúde humana integral. A ciência e a sabedoria ancestral estão finalmente encontrando uma linguagem em comum para as coisas sagradas da vida.
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Conteúdo publicado originalmente na Edição 261 da Vida Simples
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