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Livro mostra (na prática) como aplicar a Comunicação Não Violenta
Sam Balye Asso Myron | Unsplash
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Brigas no trânsito. Conflitos no trabalho. Desavenças em relacionamentos. A convivência entre duas ou mais pessoas exige muito jogo de cintura, polidez e paciência, afinal, os seres humanos possuem características muito particulares e cada pessoa carrega sua própria história. É por isso que a Comunicação Não Violenta atua para compreender de que maneira podemos nos relacionar com maior harmonia e respeito, ainda que existam discordâncias. Mas como aplicar essa teoria em um cotidiano tão turbulento?

Esse é o objetivo que a apresentadora e psicanalista Elisama Santos traz no livro Vamos conversar: um pequeno antimanual de comunicação não violenta para a vida real* (Paz & Terra). Para a autora, costumamos pensar que uma conversa difícil é um desafio tortuoso e que precisa logo acabar. “Nos armamos com o que temos disponível: alguns bons argumentos para o começo e boas doses de chantagem emocional para quando a conversa sair dos trilhos”, escreve na obra. 

DIVULGAÇÃO

O que piora tudo é a maneira como as conversas se dão no cotidiano, parecem até uma guerrilha. “A certeza de que haverá um vencedor e um derrotado de um encontro bélico faz com que, na maior parte das vezes, desistamos de pontuar o que importa para nós”, explica. 

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Como aplicar a Comunicação Não Violenta no dia a dia?

Há quatro formas que costumam ser comuns em um diálogo ou discussão, segundo Elisama Santos: fugir do conflito, preparar-se para o combate, ceder ou negociar e dialogar. Essa última parece ser uma alternativa mais inteligente, embora nem sempre sirva para todas as situações. O ponto é que precisamos entender por qual angulação percebemos uma situação social, que pode ser:

  • Discordância (Vemos essa situação de maneiras diferentes.)
  • Discussão (Esse não é o jeito certo de pensar/agir.)
  • Confronto (Vou te provar que você está errado/a!)
  • Hostilidade (Você é um imbecil que não sabe o que faz/diz!)

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A maneira como agimos, ou como o outro reage, reflete como uma situação se resolverá. “Acontece que, se você quer alcançar desfechos diferentes para os conflitos, não dá para agir sempre do mesmo jeito, seguir os mesmos caminhos e acreditar que o resultado será diferente”, explica Elisama no livro. A chave central é sempre se perguntar como ambos podem ser respeitados para suprir as necessidades de cada um. 

E haverá erros, certamente, mas não precisa se culpar por isso. “A expectativa de que a gente deve fazer tudo certo é violenta por si só”, explica Elisama. Por isso, quando houver um erro, a escritora orienta entender os motivos que levaram a isso. “É um exercício de autoescuta: o que eu busquei ao falar da maneira como falei e como faço este reparo? Que outra ferramenta eu posso desenvolver para que em uma próxima situação eu possa agir de forma diferente?”, sugere.

O que não é Comunicação Não Violenta?

Ser boa não significa ser boazinha. Da mesma forma, aplicar a CNV na vida real não implica tolerar ou ter empatia com todas as pessoas, explica Elisama. “A não violência não é um jeito de agir, mas de olhar o mundo, enxergar o outro e a gente, perceber o que é importante em cada situação”, afirma em entrevista à Vida Simples. Há momentos em que simplesmente o mais seguro é se afastar, para que isso não gere uma violência contra si mesmo. “Eu sou uma mulher negra, eu não tenho obrigação de ouvir um racista, porque isso é me violentar”, diz. 

A autora explica ainda que é importante visualizar a CNV como uma lente para o mundo, mas não como método pura e simplesmente. “Eu não posso acreditar que eu sei qual o jeito certo ou impor isso.” Para a psicanalista, a CNV não é só um passo a passo da construção de uma frase, mas um respeito e cuidado com o que é importante para o outro e, para isso, é preciso ouvi-lo. 

Como aplicar a CNV no trabalho?

Os conflitos, desentendimentos e relações de poder dentro das organizações podem levar as pessoas a vivenciarem situações desagradáveis. Há cobranças excessivas, chefes que podem ser abusivos, mas também situações simples que poderiam encontrar soluções mais rápidas. “A divergência é um ponto importante para o crescimento das organizações, porque isso faz parte”, explica Juliana Kaiser, especialista em ESG e fundadora da Trilhas de Impacto. Ela explica que a divergência não é o problema, mas a forma com que ela se estabelece e as dimensões que toma dentro da empresa. 

A resposta é sempre buscar a compreensão, a escuta ativa e o diálogo. “Mas isso não se constrói com um encontro de uma hora, precisa se tornar hábito da empresa e fazer parte do cotidiano”, afirma. “Então, quando a gente monta rodas de conversa e traz a CNV, as coisas tendem a andar com mais fluidez”, acrescenta. 

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