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Homens também podem conversar sobre casamento
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Neste artigo:

Casamento é “game over” para os homens? Por que eles sentem tanta dificuldade para se expressar sobre esse assunto com outras pessoas? Gustavo Tanaka, do Brotherhood, compartilha algumas reflexões sobre o tema.

Recentemente, depois de receber um convite para participar da cerimônia de casamento de um grande amigo, entrei numa conversa sobre este tema com minha companheira.

Isso me abriu uma série de percepções que ainda não havia tido. Vivemos um relacionamento bem sólido e percebi como era natural para mim falar sobre paternidade e compartilhar abertamente com ela a minha vontade de ter filhos. Mas, me dei conta de que nunca havia tido uma conversa sobre casamento.

Neste momento, comecei a sentir uma série de desconfortos que estavam escondidos nas sombras dos meus pensamentos. Nunca havia me permitido pensar em mim como um homem casado.

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Estereótipos sobre casamento

Como homem, cresci com um conflito com este tema. Isso ia desde o jogo de futebol entre solteiros contra casados, até as piadas que sempre escutei e fiz sobre o casamento ser um “game over” para o homem. Um momento em que sua liberdade e capacidade de se divertir seriam para sempre perdidas.

Além disso, percebi quanto algumas referências que tive de casamento faziam com que eu pensasse que essa não era uma boa ideia, visto que não queria ter a mesma vida destes casais.

Nesta semana, abrimos uma roda de conversa sobre o tema casamento com os homens do Brotherhood. E essa foi uma experiência muito rica e transformadora.

Ao escutar depoimentos de homens casados, contando a beleza e a força que existe nesta aliança entre duas pessoas, fui ressignificando minha visão.

Precisamos falar sobre casamento

Tive o entendimento de quanto essa cultura que valoriza o homem solteiro e faz piadas com o homem casado contribui para uma masculinidade infantil e sem responsabilidade.

Sobre mim, percebi que para tomar uma decisão como essa, preciso desenvolver uma firmeza interna para conseguir sustentar uma escolha de vida. E quantos benefícios essa habilidade pode me trazer na minha vida.

Não se trata apenas de encontrar a pessoa certa, ou uma visão idealizada de romantismo num relacionamento. Mas um trabalho interno, individual, que certamente vai contribuir para o meu amadurecimento.

Eu saí desse encontro com um desejo de que mais homens pudessem escutar conversas como essas, nas quais pudessem ver a beleza que existe neste compromisso, a partir da perspectivas de homens mais velhos ou que já estão há muitos anos em relacionamentos longos, por vezes difíceis, mas que os ajudaram a amadurecer muitos aspectos da sua personalidade.

Qual é a sua visão sobre este tema? Você já se sentou para ter uma conversa com seriedade sobre este tema com seus amigos? Conta pra gente nos comentários.

Veja também: todos os textos da coluna Brotherhood em Vida Simples.


GUSTAVO TANAKA (@gutanaka) é escritor e fundador do Brotherhood (@brotherhoodbrasil). É colunista mensal na revista Vida Simples e compartilha histórias de masculinidade quinzenalmente aqui no portal, junto com os amigos de caminhada nesses estudos sobre masculinidades.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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