Daquelas mulheres
Eu não sou ´daquelas mulheres´ que saem por aí falando mal dos outros... uma fofoquinha aqui, um comentário ali até dá enredo para uma conversa, mas me desconcerta essa obsessão pela vida alheia.
Eu não sou ´daquelas mulheres´ que saem por aí falando mal dos outros… uma fofoquinha aqui, um comentário ali até dá enredo para uma conversa, mas me desconcerta essa obsessão pela vida alheia, dos que dissecam as redes “neuróticas” sociais.
Também não sou ´daquelas´ que engolem um bom sapo, nem mesmo um mosquito; só engulo mesmo é chocolate e doce.
Não gosto de ser enrolada, gosto de preto no branco e às vezes até de cinza, se a coisa tiver mais de um ângulo.
Gosto de uma boa discussão, não pelo clima, mais pela infinidade de argumentos.
Adoro brincar com as palavras, fico tensa em ter que achar sempre a palavra mais adequada; certeza que as mais frívolas até riem de mim…
Adequação é outro conceito que cabe bem no meu vocabulário. Não sou daquelas que acham tudo bonito, que o certo é o que alguém disse por aí, que vale tudo. Penso que ser adequado é essencial para não importunarmos os outros. Só por isso. Cada um tem que levar a vida que quer, o problema é que esta dinâmica nunca se esgota aí.
Sou daquelas que chora em momentos felizes (de rir), em momentos especiais (mesmo que de terceiros) e de indignação com a injustiça. Sou um pouco justiceira, mas vejo que o problema aqui é me achar um pouco justiceira ou vítima da situação… Assim fica fácil se justificar para tudo e também perder a razão (mesmo sem querer admitir).
Sou daquelas que vibro com tudo. Sendo Renata, renasço a cada dia, com cada novo plano infalível que traço, com cada preguiçoso amanhecer, sempre de uma forma diferente.
Como nas narrativas lineares, começo o dia de um jeito “normal”, daí sempre acontece um daqueles incidentes incitantes, emocionante ou apenas rotineiro, e acabo o dia diferente. Em um novo normal, como uma heroína modificada.
Penso que somos todos matéria de um só criador, mas tenho mais facilidade em reconhecer os geminianos como eu; deve ser um pouco de teimosia minha.
Nessa nova fase, desandei a escrever, antes eu só falava muito. Agora, quero escrever sobre as inspirações do dia, os comportamentos e tendências, as histórias de família.
Este rico mundo do drama, da ação, e de nossos desafios de meros mortais.
Espero conseguir harmonizar, com tenacidade, os temperos da escrita, porque não sou ´daquelas´ que gostam de dissabores e polêmicas, sou ´daquelas mulheres´ que só querem ser ouvidas.