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Qual será o futuro do amor?
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Neste artigo:

Com a foto do meu ex-namorado nas mãos, envolvida em um verdadeiro flashback emocional, não pude deixar de pensar sobre amor, relacionamentos e futuro

 

Em uma dessas tardes de quarentena, após terminar o trabalho, abri o armário e peguei uma caixa onde estavam algumas fotos aleatórias. Ainda sou daquelas que gosta de revelar momentos em forma de fotos.

Ali, no meio das imagens, estávamos eu e meu ex-namorado. Consigo reproduzir com perfeição nosso diálogo neste dia, nossas roupas e o motivo do nosso sorriso. E foi assim, com aquela foto na mão, conversando mentalmente com ele, quase como um flashback de piores e melhores momentos, embalados por nossa trilha sonora favorita, acompanhada de risos e algumas lágrimas, que pensei sobre amor, relacionamentos e futuro.

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Tal qual muitas garotas da minha geração, cresci com a ideia do amor romântico – Cinderelas e Belas em busca do final feliz e do príncipe encantado que daria o tão esperado beijo.

Na adolescência vieram as comédias românticas de Hollywood, onde a mocinha, meio desajeitada, após enfrentar alguns contratempos e com a ajuda de sua melhor amiga, reencontraria seu amor em um aeroporto. Então, o final feliz.

Treino diário

Nada contra a Disney ou as comédias românticas, mas na verdade o amor é muito mais trivial do que poderia imaginar. Príncipes encantados não existem, assim como reencontros Hollywoodianos funcionam melhor nas telas. Se quisermos realmente experimentar o amor, devemos treinar diariamente.

O primeiro passo é aprendendo a estar só (e tirar vantagem desses momentos), cultivando o amor-próprio em pequenas doses e encontrando no dia a dia as próprias paixões. Tão importante quanto desenvolver o amor-próprio, é se libertar do script social da obrigação de sempre estar acompanhado ou que estar sozinho é sinônimo de fragilidade.

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Outra coisa que descobri: cada relacionamento é uma experiência construída no presente, com um grande quebra cabeças, montado peça por peça, onde cada peça representa um momento único.

Durante essa montagem, devemos tomar cuidado com as altas expectativas, e também ter em mente que o resultado final deve ser apenas consequência e não determinante. Eventualmente, por mais cuidadosos e atentos que fiquemos, é mais do que normal se equivocar. Alias, infelizmente vamos mais errar do que acertar! Por isso, percebemos que os amores, mesmo os maus sucedidos, fazem parte e amadurecem junto a cada um de nós.

Um novo tipo de amor     

Conclui que o amor é uma habilidade, que precisa de treino. Mas como colocar tudo isso em prática em pleno isolamento social? Como ficam os relacionamentos a partir de agora? Essa é uma pergunta de todos aqueles que ainda buscam se apaixonar.

Nada contra os aplicativos de relacionamentos, entendo que a tecnologia pode ser uma facilitadora, com todos os seus prós e contras, especialmente em um momento como este. Mas penso que os matches reais sejam bem mais interessantes e promissores.

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De certo modo o isolamento e a solidão abriram espaço para uma necessidade urgente de buscarmos companhia, compartilhar as dificuldades, principalmente mostrar nossa vulnerabilidade, cenário distante até alguns meses atrás.

As relações liquidas não vão deixar de existir, aventuras sempre estarão por ai, e elas fazem parte. Talvez o amor a partir de agora seja mais criativo: a voz substitua o cheiro e o olhar seja tão certeiro quanto um toque. As conversas ganharão destaque, e os pequenos detalhes serão o charme. Estaremos mais expostos, sofridos e quem sabe mais genuínos.

Coragem de amar

Percebi naquela tarde que falar de amor nunca foi tão necessário, encontrar o amor também. E ele, sem dúvida, só será possível se o nutrirmos diariamente, mesmo nos momentos mais turbulentos. Devemos abrir espaço para a coragem, para as falhas e as diferenças, sem deixar de lado as sutilezas.

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Não existe fórmula, jeito certo, cada amor é único. Uma viagem, um continente a ser explorado sem mapa ou roteiro definido e isso nunca irá mudar.

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