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Um olhar que conecta
Foto: freepik
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Neste artigo:

Querido leitor, devo-te um pedido de desculpas. Há longos cinco meses não envio minha coluna mensal ao Portal Vida Simples, lugar na rede mundial de computadores por onde adoro transitar! Casa de trocas, com shots de excelentes leituras e reflexões.

Acontece que nos últimos meses, desde que a enchente engoliu casas, histórias e o emocional de tantas pessoas aqui no sul, minha escrita pausou. Por diversas vezes me vi sentada diante da tela em branco do computador, e enquanto pacientemente a observava em busca de palavras, ela me devolvia o meu próprio olhar – um pedido de calma!

Saiba observar

Recordo que esse recesso da escrita também aconteceu em 2020, ano de uma aridez emocional indescritível. Lembro que, à época, escrevi um email ao redator-chefe da VS para comunicá-lo que me ausentaria por um período. O motivo: não conseguia falar sobre coisas boas. Não o conheço pessoalmente, mas sou-lhe grata pela sensibilidade em me responder “escreva sobre o que fizer sentido para você”. Ufa! Alívio! Escrevi sobre as dores e ansiedades que permearam meus caminhos àquele tempo de pandemia e perdas, e foi ela, a escrita, que muito me ajudou a sair do fundo do poço.

Mas dessa vez foi diferente. Estive atenta a cada movimento, vivi e me envolvi em diversas histórias, percebi que as palavras estavam represadas em algum lugar dentro de mim, porém, ali habitavam. Exercitei o olhar, escrevi muitos rascunhos em cadernos e blocos, acomodei as emoções num silêncio que demorou a se quebrar.

Entre agir – ajudar os outros e a mim mesma – e traduzir com palavras todo aquele sentir, talvez OBSERVAR tenha sido o que de melhor tive a oferecer (e me proporcionar) por esses tempos.

Quando o 2024 findava, pulei minha tradicional cartinha ao Papai Noel (quem me acompanha aqui sabe que ela é meu fechamento de todos os anos). Alguns de vocês me escreviam no direct das redes sociais perguntando se estava tudo bem. Me sentindo um tanto querida e amada, lhes respondia “sim, está tudo bem”. E estava, apesar do ano tão inconstante e intenso. Enxergar o copo meio cheio integra meu rol de pensamentos, me auxiliando a seguir adiante.

Pause e olhe ao redor

Eis que o 2025 chegou, e ao início do recém-chegado fevereiro, cá estou a pedir sua compreensão pelo meu sumiço. E digo com imensa sinceridade: nossas trocas me fizeram falta!

Nessa tão recente virada de ano, ME PERMITI A PAUSAR E OBSERVAR – atividade que super indico a quem se proporciona refletir sobre os movimentos – seus e do seu entorno. Seja no turbulento dezembro, que por si só carrega tantas ansiedades mundanas, seja no festivo e estendido janeiro, que chegou com gosto de novos tempo. Embora saibamos que o novo acontece dentro da gente – de resto, são nossos rituais.

Nesse exercício de observar o que pulsa perto e longe de mim, sem ter (ou desejar ter) aquela opinião formada sobre tudo, percebo a importância do olho no olho, das conversas com calma, de trocas verdadeiras, tão além do que acontece por aí. Aprendi a agradecer convites para lugares lotados e agitados quando minha alma me pede sossego, sem me sentir um ser antissocial, o que, por si só, já me é grande conquista. Aperto o START na nova fase no meu próprio game. Meus amigos percebem, e como são meus amigos, respeitam. Respeito, aliás, sempre integrando a lista top 5 dos valores mais importantes pra vida!

Toque um olhar

E por falar em amigos, alguém que me é querida me sugeriu, nessa virada de ano: TROQUEMOS UM OLHAR! “Nesses tempos de novos anseios, eu sugiro algo que não se venda em lojas, que não se compre em mercados. Proponho um OLHAR. Eu olho pra você, você me olha, olhamos para dois mais e seremos quatro, logo seremos oito, e não demorará para sermos mil, mil olhares que se cruzam. Não aquele olhar que tudo olha e nada vê, o qual, rápida e superficialmente, nos acostumamos através da redes sociais. Sugiro um olhar que conecta, que captura, que brilha. Um olhar que atravessa, que abraça, que acaricia. Um olhar de amizade, de afeto, de amor.”

Com as palavras da amiga Maria Alice, que mora muito longe daqui e sempre faz questão de trocar notícias, me despeço hoje aqui, com o pedido: BORA REVERBERAR UM OLHAR QUE CONECTA¿

Beijos meus.

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