O quadro que sou
As tatuagens que escolho estampar na minha pele revelam o meu desejo de lidar com a transitoriedade da vi
As tatuagens que escolho estampar na minha pele revelam o meu desejo de lidar com a transitoriedade da vi
Há cerca de cinco séculos, no Japão, uma tigela de cerâmica se quebrou. Como seu dono era um nobre muito apegado ao objeto, alguém teve a ideia de colar aqueles fragmentos usando um verniz polvilhado com ouro. A façanha devolveu a forma original da tigela e a enriqueceu com cicatrizes douradas que carregariam uma história. Nascia assim o Kintsugi, uma técnica artesanal também conhecida como carpintaria de ouro. As peças tratadas com o método exibem as feridas do passado e se tornam únicas, chegando a ser mais apreciadas do que antes de se quebrarem. A filosofia do Kintsugi evoca o valor das cicatrizes em nossa história. Está nelas, acima de tudo, o grande valor da nossa obra.
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