Você lembra quando não existia internet?
O excesso de tecnologia e a ultraconexão da internet tem levado muitas pessoas a redescobrir o valor da convivência íntima no mundo real
Para aqueles que se lembram dos dias em que conversas espontâneas em lojas e sorrisos não solicitados eram a norma, a era pré-smartphone, quando a internet ainda era apenas um sonho, foi mágica.
Se o auge da sua infância envolvia ouvir sua mãe gritando na rua: “tá na hora do jantar”, ou inventar aventuras apenas com sua imaginação, você provavelmente nutre uma relação de amor e ódio com seu “telefone inteligente”.
Ah, esse dispositivo maravilhoso com conexão à internet que nos permite andar em cidades que não conhecemos, pedir comida ou comprar roupa com um clique. Enfim, como sobrevivíamos sem Waze e o delivery?
E, sim, eles podem encontrar quase tudo para nós, de um novo amor a uma refeição saborosa. Mas, por mais que tentem, ainda não conseguem substituir um abraço caloroso. Muito menos uma conversa olho no olho, ou entender as sutilezas do coração humano.
Um brinde à ironia de um mundo onde podemos estar a um clique de tudo, exceto da genuína conexão entre gente de verdade.
O incrível mundo da internet
Com a ascensão dos smartphones e das redes sociais, ultrapassamos as barreiras de tempo e espaço, inclusive na internet, reconectando-nos com amigos de infância, colegas de escola e parentes em outros países em tempo real.
É uma viagem incrível quebrar as limitações do relógio e da geografia com apenas um toque. Quem poderia resistir a tal fascínio?
Em seguida, veio o feed infinito das redes sociais pronto para entregar elevadas doses de dopamina e satisfazer a cada um de nós, fornecendo exatamente o que desejávamos naquele momento.
Se estávamos reformando nossas casas, apenas perfis com esse tema começariam a brotar em nossas telas – tão simples, tão mágico, tão encantador.
O lado irresponsável da internet
Alternativamente, se começássemos a odiar alguém do espectro político de esquerda ou direita, nossos feeds seriam preenchidos unicamente com conteúdo que confirmava nosso ódio.
E assim ficamos presos, quase acreditando que havíamos perdido a capacidade de retornar à nossa humanidade. Agora, começamos a compreender esse dilema.
Na busca por experiências externas, desvalorizamos a convivência íntima, aquela que nos permite crescer e dar sentido à nossa vida.
Não por acaso, atualmente, observa-se uma busca por reconexão com o mundo real, uma tentativa de compensar o empobrecimento dos nossos relacionamentos superficiais.
Que venham esses novos/velhos tempos, e que venham logo, pois é estando presente que a gente vive o melhor de nós.
MAIS DE ROSSANDRO KLINJEY
– Precisa coragem para aceitar que amizades mudam
– Apaixone-se por você antes
– Por que nos casamos?
Conteúdo publicado originalmente na Edição 270 da Vida Simples
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