Fadiga e tontura: veja os sintomas da deficiência de ferro nas mulheres
A deficiência de ferro é uma das desordens nutricionais mais comuns entre as mulheres e pode causar confusão mental e cansaço.
Você tem se sentido cansada ou desanimada para fazer atividades comuns do dia a dia? Fadiga e cansaço são os principais sintomas da deficiência de ferro. Por isso, é importante investigar as causas, que podem estar ligadas a uma baixa ingestão do nutriente ou problemas relacionados à anemia. Mulheres são o principal grupo afetado, assim como as crianças.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a falta de ferro afeta 33% das mulheres não grávidas, 40% das mulheres grávidas e 42% das crianças em todo o mundo. No Brasil, a porcentagem de mulheres com o problema é de 29,4%.
A deficiência de ferro é um problema que merece muita atenção. Isso porque o nutriente está envolvido em processos importantes para o corpo humano como o transporte de oxigênio, a duplicação de DNA e para as funções básicas das células, como produção de energia e crescimento. A anemia por falta de ferro está relacionada com o baixo nível de ferritina, como o nutriente é armazenado.
Fatores como a não ingestão adequada do nutriente e até o ciclo menstrual interferem nas reservas do nutriente no organismo e no desenvolvimento desse quadro. Além disso, é importante ter em mente que a ingestão de ferros varia de acordo com idade e demandas de cada um, sendo importante sempre consultar um médico para avaliar as necessidades.
Sintomas da deficiência de ferro
A anemia por deficiência de ferro se desenvolve de forma gradual. As reservas do nutriente no corpo e na medula óssea começam a se esgotar. Quando isso ocorre, a hemoglobina nas hemácias (os glóbulos vermelhos) começa a apresentar valores inferiores ao ideal. O processo de produção e maturação delas, chamado eritropoese, que ocorre na médula óssea, é prejudicado e, nos casos graves, passa a ocorrer no fígado e no baço.
Com níveis menores de hemoglobina e hemácias, há uma diminuição do transporte de oxigênio para os tecidos e células, sendo esse o quadro de anemia. É nesse estágio que as mulheres sentem sintomas como:
- Fadiga e cansaço;
- Falta de ar;
- Tontura;
- Queda de cabelo;
- Enfraquecimento das unhas;
- Confusão mental;
- Palpitações cardíacas.
Caso não seja identificada e tratada, a deficiência de ferro pode progredir para um estado grave que leva ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca e alterações na produção de energia do corpo. Segundo a Dra. Marta Maria Falsetti, médica Hematologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, “com a diminuição do volume de células que carregam o oxigênio, o coração tem que trabalhar mais, podendo, a longo prazo, levar a um aumento do volume do coração”.
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Causas da deficiência de ferro em mulheres
A deficiência de ferro em mulheres pode mudar conforme a fase da vida. Mas, de modo geral, pode-se apontar os seguintes fatores, de acordo a Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia:
- Baixa ingestão do nutriente;
- Absorção deficiente;
- Perda sanguínea, incluindo também fluxo menstrual intenso;
- Aumento da necessidade, como nos casos de gravidez e amamentação.
A perda de sangue pela menstruação é um fator de predisposição para o desenvolvimento de deficiência de ferro e anemia. Por conta disso, é importante atentar-se às necessidades diárias de ferro. Estudos sobre o quadro de anemia em adultos apontam que para anular as perdas decorrentes da menstruação, o ideal seria uma ingestão de ferro entre 1,4 mg a 2 mg/dia. Em casos de fluxos maiores, esse número pode chegar a 3 mg ou mais. Esses são valores de referência e podem variar conforme o método, laboratório e critérios de análise utilizados.
“Após a menopausa, quando não mais ocorrem perdas pela menstruação, com a dieta adequada, não deveria ocorrer deficiência do ferro”, explica a Dra. Marta Maria Falsetti. “Nas mulheres após a menopausa, investigar doenças do trato gastrointestinal é uma prioridade”, finaliza.
No caso da gravidez, há um crescimento da demanda do nutriente porque ocorre a transferência de ferro para o bebê, aumentando assim as necessidades diárias deste nutriente.
A médica e especialista em nutrição e endocrinologia, Dra. Loreta Canivilo, indica ainda outras causas que podem ser invisíveis. “Condições médicas como doença celíaca, doença inflamatória intestinal e outras afecções gastrointestinais podem aumentar o risco de deficiência de ferro em mulheres”, diz. Além disso, tumores, úlceras e cirurgias no trato gastrointestinal também podem afetar a absorção de ferro.
Como tratar e prevenir a deficiência de ferro
O acompanhamento médico é fundamental para determinar quais os níveis adequados de ferro para cada paciente. E nos casos de deficiência, identificar a causa e recomendar o tratamento adequado.
De modo geral, o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é a ingestão adequada de ferro mediante alimentos. A suplementação de ferro também é uma alternativa. Nesse sentido, é importante que ela seja feita sob orientações médicas para que a dosagem, frequência e meios de reposição sejam adequados para cada quadro.
Além disso, é preciso ter cuidado, pois, o excesso de ferro também causa problemas, como dores nas articulações, hipotireoidismo e acúmulo do nutriente em órgãos, o que prejudica seu funcionamento.
Ademais, nos casos relacionados a menstruação, o recomendado é fazer monitoramento constante do fluxo e tratar sempre que tiver o aumento do fluxo menstrual. Tratamentos e intervenções cirúrgicas também podem ser necessários, se a condição médica da paciente estiver relacionada a outros problemas uterinos, como miomas, pólipos, complicações gravídicas e tumores.
Alimentos que são fonte de ferro
O ferro está presente na dieta em diferentes fontes. A primeira forma é encontrada em alimentos de origem animal:
- Carne vermelha;
- Aves;
- Porco;
- Peixes,
As outras opções incluem ovos e alimentos de origem vegetal. Opções ricas em ferro são:
- Legumes;
- Feijões;
- Vegetais de folhas verdes.
Para melhorar a absorção de ferro de origem não animal, é recomendável ter uma boa ingestão de vitamina C. É aconselhável, ainda, evitar excessos no consumo de café e chás, que diminuem a absorção de ferro.
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