A aposentadoria chegou? Sete conselhos para ter uma vida feliz
Aposentar-se é um convite para viver pela escolha autêntica, explorando quem você é além do trabalho - uma jornada de autodescoberta e realização.
Você já se perguntou se é possível ser feliz após a aposentadoria? Esse momento representa uma grande mudança de vida e mudanças podem ser difíceis. Mas não precisa ser o fim da linha. Na verdade, pode ser o início de uma fase muito rica, um convite para viver não pela necessidade, mas pelo desejo e pela escolha autêntica.
Lidar melhor com essa mudança envolve redescobrir quem você é fora do contexto do trabalho anterior. O trabalho ocupa uma parcela muito grande do tempo e energia ao longo da vida, e é comum que o papel profissional se torne uma definição de identidade.
A felicidade na aposentadoria depende de se conectar com quem você realmente é – seus valores, desejos, habilidades – muito mais do que apenas uma função profissional.
Qual o impacto da aposentadoria no bem-estar e felicidade?
O impacto da aposentadoria na felicidade é complexo e depende de inúmeros fatores. Enquanto algumas pessoas experimentam um aumento imediato na satisfação com a vida após se aposentar, outras podem sentir um efeito neutro ou até mesmo negativo. Estudos apontam que homens podem enfrentar maior solidão após a aposentadoria e que, embora haja um pico de satisfação nos primeiros anos, essa sensação pode diminuir com o tempo. A qualidade das relações sociais é o fator que mais fortemente se relaciona com melhores níveis de satisfação nessa fase da vida.
A transição para a aposentadoria é mais suave quando se tem um plano de ação. Aprender algo novo é uma ótima maneira de começar. Seja música, arte ou uma nova habilidade, o aprendizado em si é um excelente estímulo. Todo o conhecimento e a experiência de vida podem ser aplicados de maneiras novas e significativas, tais como ensinar ou realizar trabalhos voluntários, atividades que não apenas ocupam o tempo, mas também proporcionam satisfação.
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Outro ponto crucial é a rotina. Sem as demandas de um emprego de tempo integral, é importante criar uma estrutura que dê forma aos dias. Isso pode incluir exercícios físicos regulares, socialização, hobbies e até mesmo pequenas rotinas domésticas. Diferente da rotina de trabalho, essa é uma rotina autoimposta, que pode ser entendida como um cuidado, um carinho consigo mesmo.
Sim, existe vida após a aposentadoria
Socializar não é apenas uma forma de passar um tempo agradável com amigos (embora isso já seja bom o suficiente). É, também, uma vivência de comunidade. Participar de atividades comunitárias – como grupos de bairros, clubes, igrejas, causas sociais – são formas importantes de engajamento e propósito na vida.
Ser feliz após a aposentadoria não é apenas viável, mas um objetivo importante a ser perseguido. Com um planejamento cuidadoso, um compromisso com o aprendizado contínuo e uma disposição para se envolver com os outros, os anos após deixar o trabalho podem ser alguns dos mais gratificantes.
Sete conselhos para uma aposentadoria feliz
Depois dessas reflexões, resumimos aqui conselhos para ter uma vida feliz após a aposentadoria:
Redescubra-se fora do contexto do trabalho: Aposentadoria não é o fim, mas sim o começo de uma fase rica. Conectar-se consigo mesmo além da identidade profissional é essencial para a felicidade.
Entenda sua verdadeira identidade: A felicidade pós-aposentadoria está ligada a quem você é, seus valores, desejos e habilidades, mais do que ao seu papel profissional. Descubra o que realmente importa para você.
Reconheça a complexidade do impacto da aposentadoria: A satisfação na aposentadoria varia, e é crucial considerar fatores como relações sociais. Construir e manter conexões sociais positivas é essencial para uma vida feliz após o trabalho.
Tenha um plano de ação e aproveite o aprendizado contínuo: Planeje a transição para a aposentadoria. Aprender algo novo, aplicar conhecimentos em atividades significativas, como ensinar ou voluntariar-se, é uma ótima maneira de preencher o tempo de forma satisfatória.
Estabeleça uma rotina pessoal: Sem as demandas do emprego em tempo integral, criar uma rotina própria é vital. Incorporar exercícios regulares, socialização, hobbies e pequenas rotinas domésticas pode proporcionar estrutura e autocuidado.
Socialize ativamente: Além de ser agradável, a socialização é uma experiência comunitária. Participar de atividades comunitárias, como grupos locais, clubes ou causas sociais, oferece engajamento e propósito na aposentadoria.
Faça do objetivo de ser feliz uma prioridade: Com um planejamento cuidadoso, compromisso com aprendizado contínuo e envolvimento com os outros, os anos após a aposentadoria têm o potencial de serem alguns dos mais gratificantes. Transforme a busca da felicidade em um objetivo significativo.
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GUILHERME SPADINI, professor na The School of Life, é médico psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes, com orientação em psicodrama, psicoterapia existencial e filosofia clínica. Como psiquiatra, interessou-se desde cedo pelos problemas da relação mente-corpo e do método fenomenológico em psicopatologia, levando-o a um mergulho profundo na filosofia, paralelamente à formação médica. Deu aulas sobre filosofia da ciência e desenvolvimento humano na Medicina USP por 12 anos. É professor do curso de pós-graduação em psiquiatria forense do Instituto de psiquiatria da USP, onde leciona sobre livre-arbítrio.
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