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Agreste agridoce
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Um olhar generoso e igualmente doce sobre a realidade de quem vive nessa região

Em março do ano passado, Marcelo Oséas decidiu mergulhar em suas raízes pernambucanas. Fotógrafo, nascido em São Paulo, ele é filho e neto de pernambucana (por parte de mãe) e passou a infância ouvindo sobre as festas e a maneira de viver simples, mas alegre, das pessoas que habitam o agreste nordestino. Mais do que retomar o fio da própria história, ele acreditava que dessa maneira conseguiria encontrar um novo olhar, menos óbvio e mais inesperado, para seu trabalho.

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E assim aconteceu. Durante algumas semanas, Marcelo percorreu a região de Panelas, em Pernambuco. “Queria conhecer as celebrações, as festas e o jeito de ser e de pensar daquelas pessoas”, conta. “Os festejos são momentos importantes para eles. É uma gente que se orgulha da sua origem”, diz.

Marcelo registrou, assim, a procissão de São José, em homenagem ao santo. “Nessa ocasião, muitos homens se vestem de bacamarteiros, numa clara referência ao cangaço.” Outra comemoração registrada por ele foi a Festa de Jerico, cujas imagens ilustram esta página, para valorizar o jegue, um animal essencial para eles. “Enxerguei um país mais complexo depois da viagem. Acho que me tornei até mais brasileiro, porque passei a admirar a minha própria história”, revela Marcelo.

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