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Como construir novos líderes para um mundo sustentável?
Christina @ wocintechchat.com
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Guerras, conflitos, solidão, estresse, pobreza, crise ambiental. Não há mais como fingir que está tudo bem e que estão exagerando. Lidar com questões sociais e ambientais deixa de ser exclusividade de ONGs e ativistas. O mundo econômico começa a reconhecer que sim, exageramos, e que a prosperidade daqui para frente dependerá diretamente dos esforços coletivos que conseguirmos fazer para que o planeta continue a ser nosso grande e único lar.

Apesar de nossas boas intenções, parece que não estamos conseguindo lidar com os problemas intoleráveis que ameaçam nossa própria sobrevivência. Isso porque continuamos presos aos velhos pensamentos e comportamentos que os criaram. Podemos fazer muito melhor do que isso, mas precisamos atualizar nosso “sistema operacional interno”, começando por nós mesmos. Precisamos incorporar novos valores, novas maneiras de orientarmos nossas vidas e nossas organizações.

Uma oportunidade para virar o jogo

Agora vem a boa notícia. Não precisamos nos desesperar. Pelo contrário, temos uma grande oportunidade de virar o jogo, e podemos fazer isso juntos. Já pensou como seria se todos em nossas organizações desenvolvessem as habilidades humanas necessárias para criar condições de transformação? Como isso afetaria nosso ecossistema de relações (clientes, fornecedores, parceiros) e a sociedade em geral? O quanto isso poderia beneficiar tanto a lucratividade quanto a sustentabilidade dos negócios? Considero um privilégio estarmos vivendo nesta época de possibilidades de evolução. É o que no EcoSocial chamamos da “aventura de tornar-se livre” – parte do nosso propósito.

Ao desenvolver um novo programa de lideranças vivencial que contribua para uma cultura de ESG autêntico, venho me inspirando no movimento Inner Development Goals (IDG). Trata-se de um conjunto de competências humanas que se exercitadas e incorporadas pelas organizações, poderiam acelerar o processo de alcançarmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ou planos estratégicos das organizações do século XXI.

A trilha de desenvolvimento é composta por 5 etapas (ser, pensar, relacionar-se, colaborar, agir) e 23 competências. De forma semelhante tem-se falado sobre o ODS Zero (a geração de pessoas e empresas conscientes) como um pré-requisito para os demais 17 ODS. Ou seja, é preciso aumentar o nível de consciência para acelerar a mudança.

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Liderança equilibrada e consciente

O processo de reverter os desequilíbrios atuais requer indivíduos saudáveis e íntegros, para que a jornada seja algo que possamos realmente valorizar, curtir. E ao menos que façamos a nossa lição de casa interna, não conseguiremos desfrutar da jornada com leveza, liberdade e criatividade. Pois encontrar o equilíbrio em um ambiente de extrema incerteza e pressão é algo que devemos aprender e exercitar. No final das contas, é a própria jornada, o próprio caminho, que irá nos proporcionar equilíbrio e coerência.

No mundo organizacional não é diferente. Espera-se que os líderes estejam à frente de transformação e evolução contínuas, e não mais esporádicas. A transição para esse estado não exigirá apenas novas habilidades de liderança, estruturas organizacionais, processos e KPIs – os líderes precisam investir em seu desenvolvimento interno para operar dentro desse novo paradigma. E a partir de uma liderança equilibrada e consciente torna-se possível evoluir a cultura da organização. Em última instância, a cultura, o clima da organização e aquilo que ela produz e alcança estão inevitavelmente conectados.

Uma visão integral de mundo

Na mesma medida em que precisamos de um planeta restaurado, saudável, devemos restaurar a nós mesmos.

“O dentro e o fora estão sempre conectados. Se pararmos para observar, de fato não há dentro ou fora. Há somente um todo. Há uma inteireza que é inescapável na vida” (Peter Senge, MIT, especialista em pensamento sistêmico).

Ou seja, não podemos esperar de forma realista fazer progresso em qualquer área sem dar a mesma importância à jornada de nossa mudança pessoal e interpessoal. Mas ainda ouvimos muitas organizações dizerem: “Não temos tempo para isso”. Afinal de contas, estão submersas na ação desenfreada diante da gestão de mudanças cada vez mais rápidas e complexas. Eis o paradoxo.

Para que possamos evoluir em nossos objetivos de desenvolvimento interno, é preciso encarar estas grandes perguntas todas as manhãs e trabalharmos para fazermos as escolhas e renúncias adequadas para que, ao fim do dia, possamos sentir que houve integridade, coerência e consistência. Fazer a jornada valer a pena por si só, a cada dia, é o que dá sentido à existência. E aí teremos uma nova geração de líderes a serviço da vida, e uma nova chance de evoluirmos como humanidade.

Pronto para a aventura?

*Esse texto foi originalmente escrito para a newsletter Zeitgeist, no LinkedIn. Interessados em conhecer os Objetivos do Desenvolvimento Interior podem se inscrever no curso “IDGs – Do Ser ao Fazer”, que acontece de 29 a 31 de agosto. Saiba mais.


Mônica Barroso é consultora associada e líder de Impacto do EcoSocial, que em 20 anos de atuação vem apoiando centenas de organizações de diferentes portes e segmentos a cumprirem seus propósitos e atingirem seus resultados de maneira sustentável. Também é especialista em jornadas de desenvolvimento socioemocional e relacional de lideranças. Acredita no poder de transformação dos encontros humanos. Atua na fronteira entre o Desenvolvimento Humano e a Sustentabilidade.

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