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O fazer manual carregado de afeto
Istock Beautiful ceramist owner looking to the camera while smiling
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Em parceria com a Vida Simples, programação do Mercado Manual traz discussão sobre a importância do afeto como fio condutor do trabalho artesanal

Um espaço de respiro. Um lugar de muitas ausências que, justamente por isso, conduz à presença, ao aqui e agora. Estamos, como afirma Iza Dezon, especialista de tendências, buscando meios de descanso mental, de desconexão de uma rotina viciada em trabalho e movimento, que não encontra horário na agenda para pausas.

O resgate dos saberes manuais surge nesse cenário de uma urgência coletiva de reencontro com a própria essência. Diferentemente do que acontecia antigamente, quando esses produtos artesanais eram feitos com um fim específico, como bordar um pano de prato para usá-lo na cozinha de casa, estamos mais preocupados com o processo do que com o resultado final. “Funciona como um exercício de autocuidado”, diz Iza.  

Não é, no entanto, só sobre o fazer – esse é um processo que, se permeado de intenção e emoção, transforma. Ana Holanda, diretora de redação de Vida Simples e especialista em escrita afetuosa, gosta de definir afeto para além do sentimento: ele é verbo. E, como tal, tem o poder de atingir, causar abalo. Isso vale para nós e para os outros. “Estamos falando daquilo que nos toca, que nos pertence desde sempre, mas que, muitas vezes, não sabemos que está lá”, conta. 

Ao encontrar, dentro da gente, o que é nosso, e colocá-lo em matéria, seja pintando, cozinhando, costurando, escrevendo ou esculpindo, abrimos também uma via de conexão com quem terá acesso a tal criação – de forma comercial ou não.

A humanidade é a casa do afeto

Desse encontro, nasce uma relação amorosa, como acredita Karine Rossi, cofundadora da Rede Manual: “digo amoroso porque é uma coisa do próprio ser. O fazer com as mãos é algo natural à nossa condição de seres humanos, basta olhar para a história. como chegamos até aqui. E a humanidade é a casa do afeto”. Com a distância que tomamos da sabedoria ligada ao artesanal, perdemos muito de nossas raízes e das vidas que possibilitaram a nossa existência. 

Quando visto do ponto de vista mercadológico, no sentido de torná-lo fonte de renda, o saber manual também pede esse olhar mais gentil. “A relação com o trabalho pode e deve ser outra. Não existem duas peças idênticas, não falamos em escala, não há estoque. Tudo é muito único e essa é a beleza, mas também o desafio”, afirma Karine. Por isso, a importância do artesão ter uma percepção mais afetuosa de si mesmo e do seu ofício, sem tantas cobranças por seguir em outro ritmo, mais lento. “Não tem como fazer em grande quantidade algo que demanda tanta energia. Esvazia, perde sentido e força”, garante.

Iza Dezon, Ana Holanda e Karine Rossi estarão, no próximo dia 06 de outubro, às 16h30, na Fundação Ema Klabin, para uma conversa sobre o resgate e a preservação de saberes manuais através do afeto, mediada pela Roberta Tilkian, sócia-fundadora da Umanas.

O bate-papo faz parte de um pilar da programação do Mercado Manual, o Conversa Manual, que, nesta edição, será realizado em parceria com a Vida Simples, sob curadoria de Carmen Marie. A entrada é gratuita e sujeita à lotação.


Um fazer manual carregado de afeto
Manual na Ema
Data: 6 de outubro
Horário: às 16h30
Local:
Fundação Ema Klabin (Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – SP)
Investimento: entrada gratuita sujeita à lotação
Mais informações: http://redemanual.com.br/manual-na-ema-klabin

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