Felicidade dá lucro
Fundadora de um instituto que pesquisa a felicidade, Carla defende que é possível senti-la em qualquer lugar – inclusive no trabalho
Fundadora de um instituto que pesquisa a felicidade, Carla defende que é possível senti-la em qualquer lugar – inclusive no trabalho
Foi a busca por um trabalho e uma vida com mais sentido que fez Carla Furtado chegar na felicidade como ciência (ou objeto de estudo). Depois de mergulhar na chamada psicologia positiva, ela fundou o Instituto Feliciência, que tem como missão, segundo ela, “facilitar a felicidade” na vida de cada um e nas corporações. “É algo muito arrojado, mas sem dúvida alguma é o que precisamos para uma nova economia. E acredite: felicidade dá lucro”, diz.
O que é felicidade, afinal?
Há infinitas definições. Mas vamos partir da seguinte: felicidade é um estilo de vida, ou seja, está muito mais ligada à forma como se vive o dia a dia. Seria simples e natural, não fosse o fato de sermos duramente influenciados pelo modelo econômico no qual estamos inseridos. Quem nunca acreditou que sucesso era felicidade? E quem nunca descobriu que não era? A felicidade difundida pelo Feliciência está associada a um estado de bem-estar físico, emocional e social, no qual impera muito mais o equilíbrio que a euforia.
Como a psicologia positiva faz parte disso?
Ela é o braço da psicologia que investiga o triunfo humano e tem demonstrado, por meio de evidências científicas, que podemos aprender a ser mais felizes. E isso acontece, de acordo com o modelo instituído pelo professor Martin Seligman, através de uma série de ações, como o reforço de emoções positivas, a escolha por atividades que propiciem engajamento ou o encontro de um propósito de vida maior que nós mesmos.
É possível incorporar o conceito de felicidade mesmo nas empresas?
Absolutamente possível. Para isso é preciso fazer uma análise da empresa e saber como as pessoas ali se sentem. A partir daí, parte-se para o desenho de um programa que contemple os principais desvios. Avaliamos bem-estar físico, emocional, social, padrão de vida, acesso à cultura, governança corporativa etc. Empresas são organismos vivos e por isso respondem a estímulos negativos e positivos, oferecendo piores e melhores serviços e produtos.
Existem atitudes ou práticas que podem ajudar nessa busca?
A gratidão é um dos principais meios para aumentar a reserva de felicidade, com comprovação científica. Basta manter na cabeceira da cama um bloco no qual inserimos três situações às quais somos gratos no dia. Sugere-se a prática por ao menos 21 dias. Isso ajuda o cérebro a aprender a escanear aspectos positivos da vida, que normalmente passariam despercebidos. Por ser tão simples, há pessoas que não acreditam, mas certamente acreditariam caso sugeríssemos um remédio que fizesse o mesmo efeito.
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