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Como o empreendedorismo social pode ser uma ferramenta para encontrar a felicidade?
Patrick Perkins | Unsplash
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Palestra A Era do Impacto fala de empreendedorismo social e sobre como as responsabilidades sócio e ambiental com o todo contribuem para alcançar uma felicidade coletiva. Essa é mais uma temática abordada no Congresso Internacional de Felicidade.

 

Soa estranho associar o termo empreendedorismo ao sentimento de felicidade genuína. Embora pareçam antagônicos, eles podem caminhar juntos, principalmente quando dissociamos de empreendedorismo a conotação agressiva que a palavra comumente carrega e pensamos no empreendedorismo social. Ou seja, na preocupação com o outro, com o meio ambiente, com o planeta. 

E é essa disruptiva que o doutor em direito do Estado e autor de diversos livros, entre eles A Era do Impacto (Ed. Voo), que será lançado no IV Congresso Internacional de Felicidade, James Marins, apresenta no evento. 

Em suma, o que norteia a obra e a palestra é o Movimento Transformador Massivo. “Vivemos o melhor momento da humanidade para realizar as mudanças que precisamos. O Movimento fala sobre as novas economias, que se traduzem na economia do impacto, na qual empresas e empreendedores, entre outros, estão se preocupando com o social e o ambiental que devem produzir. Fala também sobre a evolução consciencial da humanidade, já que muitas pessoas mencionam apenas o crescimento exponencial das tecnologias, mas ao lado dele há um crescimento também das pessoas nas responsabilidades: sermos mais empáticos e menos egocêntricos”, conta Marins. 

Confira o bate-papo que Vida Simples teve com James. 

Como você enxerga a felicidade? Existe uma fórmula para encontrar esse estado?

Não se pode dizer que há uma fórmula para a felicidade, mas existem fórmulas para a infelicidade. Uma delas é alimentar preconceitos contra outras pessoas, seja por qual característica for. Ao criar barreiras no contato com o outro, limita-se a convivência num mundo tão rico em diversidade. Quando enxergamos que somos todos uma irmandade nesse planeta, criamos um caminho para a felicidade. Outro ponto é encontrar um propósito de vida que não seja unicamente o de ganhar dinheiro e acumular bens materiais.

Estamos descobrindo hoje a quantidade de pessoas que estão infelizes com seu trabalho, com suas atividades econômicas – e a compulsão por compras não resolve isso mais. O caminho do materialismo puro não é o caminho da felicidade. A infelicidade também reside no egocentrismo, em colocar os nossos interesses acima de quaisquer outros; e no etnocentrismo – ou seja, em não perceber que fazemos parte de uma grande comunidade global, sem discriminações. 

Você é co-fundador do Instituto Legado de Empreendedorismo Social. Na sua visão, como um instituto do gênero, ou como o empreendedorismo social, está ligado a felicidade genuína? 

A vida na sociedade contemporânea é profundamente marcada pela condição de agente econômico e essa condição precisa ser marcada pela ética. E o Instituto Legado ressignifica o termo empreendedorismo, não apenas enquanto empregadores, empresários, mas também como consumidores preocupados com as atividades econômicas que nos cercam. Não é na condição de agentes neutros, despreocupados com o outros seres humanos na economia, que nós vamos encontrar a felicidade. Quanto mais pudermos colaborar pela felicidade de todos, mais estaremos perto da felicidade.

No Instituto pregamos que o empreendedorismo que serve apenas para ganhar dinheiro, não resolve o problema da sociedade. Nós não acreditamos que a soma de muitos egoísmos gera uma grande solidariedade. Acreditamos que os seres humanos serão mais felizes quando compreenderem o seu papel na sociedade, quando forem mais empáticos, porque foi a empatia que trouxe ao ser humano as grandes conquistas da sociedade – não foram as guerras, não foi a brutalidade, não foi a vingança, mas sim a empatia que nos levou a prosperar. E essa prosperidade empática está na base da nossa capacidade mínima para construirmos a nossa felicidade. 

Felicidade e bens materiais caminham juntos?

Ninguém pode ser ingênuo de imaginar que nós não dependemos de condições sociais mínimas para o nosso conforto. O problema não é esse, o problema é a má distribuição e o acúmulo dos bens, e a absoluta falta de condições de vida mínima, digna para muitos. E essa diferença nas realidades é um fator de infelicidade para muitas pessoas. 

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