Num mundo que multiplica cliques sorridentes, ninguém quer saber da tristeza. Se ela aparece, dá-se um jeito de bloqueá-la. Com isso, deixa-se de ouvir o que essa emoção tem a dizer sobre as necessidades profundas do nosso ser e o que realmente importa na vida. Vamos, então, olhar para o desalento com respeito e cumplicidade, além do carinho que ele merece?
Para a psicanálise, o medo nos é tão intrínseco que habita o primeiro afeto que experimentamos ao nascer: o desamparo. Essa emoção está na nossa escalada evolutiva, na forma como nos organizamos como sujeitos e assumimos riscos. Tanta intimidade merece atenção, não acha? Compreenda mais profundamente o que lhe causa temor e retome a coragem de fazer escolhas
Não há nada de errado em sentir raiva. Ela não nos torna nem perigosos, nem “menos evoluídos”. Em vez de negá-la ou reprimi-la, melhor se aproximar dela, já que essa emoção serve de combustível para a gente agir e realizar mudanças. Ainda sinaliza quais são nossos valores e limites e nos faz defendê-los. Em suma, temos muito a aprender com o que nos inflama
Mansa ou arrebatadora, a alegria nos faz olhar para o rosto que a vida tem hoje – e sorrir para ele. Nessa sintonia, fruimos o instante, reconhecendo e desfrutando do que nos vitaliza a cada momento. Ao dispensar feitos grandiosos para existir, ela se mostra possível, singela e nutridora
Na reportagem de estreia desta série, vamos entender por que é tão importante identificar e lidar com as nossas marés interiores, sem ter medo delas. Essa é a inteligência que nos ajuda a nos conhecer melhor e a deslizar mais suavemente pela vida, com menos tombos, explosões e arrependimentos nas diferentes searas do viver
