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Um aprendizado difícil (e necessário) sobre o tempo
Adriano Pucciarelli
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Sempre fui uma pessoa que tinha o tempo como inimigo, sempre o colocando como culpado por sua ausência em todas as minhas fases alegres e por sua prolongação em todas as minhas dificuldades e percalços. Ele se tornou vilão quando, ao ver as velas de 30 anos do bolo de aniversário, percebi que tinha deixado o tempo da faculdade, da farra, da alegria instantânea, e que realmente tinha chegado à temida fase adulta. Que susto! Mas, nessa guerra, comecei a competir com o tempo, lutando contra sua agilidade sobre mim, ainda sem espaço para concluir projetos de trabalho e vida pessoal.

O tempo das metas

Aos 30 anos, já estava trabalhando em um grande banco, um ambiente tóxico no qual o tempo era meu maior inimigo. A cada trimestre, uma meta a ser batida, um desafio pessoal a ser atingido. Diante desse cenário, as metas da empresa passam a ser pessoais e me culpava pela falta de tempo.

Recordo que, em março de 2019, por um dia não tinha realizado a meta e entrei em crise de choro e ansiedade. Tudo que falava era: “É minha culpa, é a falta de tempo, não tenho tempo, ele é meu inimigo”. Que pensamento egoísta e triste! Quando tomei consciência da vida, comecei a perceber que o tempo não era esse vilão que me perseguia e me envelhecia, me aproximando da morte e me afastando da juventude.

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O tempo das possibilidades

Já não estou mais naquele ambiente tóxico de trabalho, tenho somente passado o tempo como escritor, produzindo pensamentos. Mês passado, em uma consulta médica de rotina com meu psiquiatra — já observando o tempo como amigo —, questionei-o sobre o assunto. E o médico me disse: “Felipe, você é jovem. Você tem tempo. Então faça o que gosta, mas sem pressa, pois tempo é algo que você sempre terá”.

Essas palavras ficaram na minha mente por dias e dias. Percebi que o tempo realmente não é somente marco de data, de hora, mas sim algo que traz a possibilidade de tentar novamente. Consegui ter calma e comecei a pensar nas pessoas que demoraram eras no passado parar ter direitos, para serem ouvidas e até hoje esperam pelo tempo. Por que, na minha visão egoísta, eu seria um inimigo pessoal do tempo?

O tempo dos sonhos

Foi libertador. Hoje o tempo caminha comigo e eu falo com convicção: “Eu tenho tempo”. A morte é uma certeza, mas não devemos caminhar pensando que a morte irá nos tirar o tempo, afinal, isso nos limita, tira nossos sonhos, vontades e conquistas.

O tempo hoje é meu aliado. Carrego comigo muitas expectativas de tempos bons que hão de vir. Não de conquistas materiais, porque disso sempre nunca fui apegado. Minha expectativa maior é a do conhecimento e da sabedoria que o tempo traz. Concluo aqui informando, com muito carinho, que o tempo agora é meu amigo. Ele será sempre meu guia e abraçará todos os meus sonhos.

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Felipe de Oliveira Ferreira é um sonhador de 36 anos, que hoje sabe que o tempo é amigo, e ele faz acontecer tudo no tempo certo.

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