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    Sonho de ter saúde mental é reflexo de uma ‘sociedade exausta’
    (Foto: Freepik) Estudo indica que iniciativas coletivas são necessárias
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    Somos movidos pelos nossos sonhos: comprar uma casa; viajar para um lugar que sempre quisemos conhecer; abrir o próprio negócio; se casar e ter filhos; fazer um doutorado. Desejos que tomam conta da nossa mente enquanto dormimos e, quando acordamos, nos organizamos para alcançá-los. Mas, e quando nosso sonho é “apenas” ter saúde mental para viver?

    O estudo Os Sonhos do Brasil, feito pelo Movimento Bora Sonhar, mapeou 104 mil mensagens em diversas plataformas na internet e em notícias de veículos de comunicação. Do total, 25% citavam saúde mental como sonho de vida.

    Seja por ansiedade, estresse, insônia, depressão ou outras condições, a pesquisa revela que muitos brasileiros não conseguem sequer imaginar conquistas pessoais porque falta o mínimo: bem-estar emocional para pensar no futuro.

    Uma sociedade exausta

    Psicanalista e cofundadora do Movimento Bora Sonhar, Camila Holpert afirma que a atual situação é “um sintoma de uma sociedade exausta”.

    “Isso revela, antes de tudo, um mundo que falhou em garantir o mínimo. O sonho, que normalmente seria ponte para algo maior, se transformou na base. É como se disséssemos: ‘Antes de qualquer coisa, eu só queria conseguir respirar com leveza’. E isso não deveria ser entendido apenas como um sinal de vulnerabilidade, mas como um chamado por mudança estrutural.”

    Outra pesquisa mostra que “ansiedade” foi eleita a palavra do ano de 2024 no Brasil. O termo ficou na frente de resiliência, inteligência artificial, incerteza e extremismo. Dados do Google Trends reforçam a relevância do tema: o Brasil é o segundo país no mundo que mais busca informações sobre ansiedade na internet, atrás apenas da Irlanda. Além disso, o país bateu recorde de afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão no ano passado. Diversos sinais de alerta que não podem ser ignorados.

    Camila ressalta que esses movimentos são “respostas legítimas a um estilo de vida que exige demais e acolhe de menos”. “A ansiedade e o burnout, por exemplo, viraram expressões de uma exaustão coletiva, uma espécie de linguagem compartilhada para descrever o que acontece quando a sociedade cobra produtividade infinita, mas oferece pouco cuidado. E o mais simbólico é que agora essas palavras estão nas conversas do dia a dia, entre amigos, nas redes sociais, nas escolas. Nomear é o primeiro passo para transformar.”

    Plano individual e coletivo

    Diante dessa realidade, é possível adotar iniciativas individuais. No entanto, também é preciso apoio coletivo. No âmbito pessoal, a psicanalista afirma que é mais “sobre recalibrar do que revolucionar”. “Desacelerar, escutar o próprio corpo, desconectar quando possível e construir rotinas que respeitem o limite”, diz.

    No plano coletivo, o estudo indica a “necessidade de redes de apoio reais, políticas públicas efetivas e criação de ambientes mais humanos”. A partir dessa ideia, a pesquisa sugere investimento em oficinas, rodas de conversa e experiências imersivas em escolas, centros culturais e espaços de assistência social. O objetivo é acolher as pessoas para que elas compartilhem aspirações e recebam estímulo para planejá-las.

    “Espaços onde sonhar não seja visto como fraqueza, mas como sinal de vida. Sonhar como resistência. Como gentileza com o futuro. Espaços que entendem que sonhar é coisa séria e precisa de apoio de todos os setores da sociedade”, afirma Camila.

    Que o sonho se torne realidade

    Em alguns casos, alcançar o sonho de uma saúde mental equilibrada não exige grandes transformações, mas pequenos cuidados diários. Embora a rotina intensa do cotidiano possa desviar nossa atenção do autocuidado, práticas simples proporcionam benefícios para o bem-estar emocional. Veja abaixo cinco dicas da psicanalista:

    • Acorde com tempo para si, não só para as demandas: nem que seja por apenas dez minutos, respire, sente, escute uma música. Dê nome ao seu dia antes do mundo te engolir;
    • Faça uma coisa por dia que seja gratuita e te dê prazer: pode ser tomar um sol, escrever uma linha, ver o céu, ouvir uma canção antiga. Pequenos prazeres sustentam grandes emoções;
    • Ensaie dizer não com gentileza: optar pelo não é um jeito de dizer sim para sua saúde mental. Treine esse músculo emocional;
    • Crie seu próprio ritual de pausa: um chá à tarde. Um bilhete para si mesmo. Um banho demorado. Uma caminhada em silêncio. Saúde mental precisa de pequenos respiros;
    • Coloque para fora o que está guardado: escreva, desenhe, grave um áudio. Pode ser uma vontade, uma raiva, um sonho antigo ou uma coisa boba que te dá alegria. O que não se expressa, adoece. Nomear é um jeito de se cuidar e também de lembrar: você ainda deseja, sente e sonha.

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