Congelamento de óvulos: escolha ou pressão sobre as mulheres?
O procedimento, que postergou a escolha da maternidade, mas também aumentou a pressão sobre os corpos femininos, nos convida à reflexão

Nos últimos anos, volta e meia, o assunto do congelamento de óvulos aparece no papo entre mulheres. Uma amiga solteira me contou que este é um dos planos para colocar em prática antes dos 40 anos. Outra, enquanto tentava engravidar de mais um filho, e vendo que sua reserva ovariana estava baixa, aconselhou uma colega a fazer o procedimento o quanto antes. A funcionária de uma multinacional, com quem bati um papo outro dia, acabou de descobrir que a empresa oferece o benefício às funcionárias. Ela – que deseja ser mãe, só não sabe quando – se perguntou: Haveria aí uma pressão corporativa em prol do adiamento da maternidade ou é só mais um ponto favorável à liberdade de escolha?
É bem provável que uma mulher do seu círculo social esteja cogitando congelar os óvulos. A maternidade, afinal, tem chegado cada vez mais tarde à vida moderna, seja pelo foco na carreira e em outros interesses, pela ausência de um relacionamento estável ou pela dificuldade de engravidar. Com isso, tem aumentado a preservação da fertilidade por meio da vitrificação, o que permite a possibilidade de uma gestação futura.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), o número de congelamento de óvulos, no Brasil, cresceu 96,5% entre 2020 e 2023
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