Viver vale a pena: projeto “Iluminando Vidas” empodera adolescentes
Setembro é o mês dedicado à valorização da vida. A Vida Simples convida você a conhecer o trabalho da Associação Comunitária Monte Azul, que atua diretamente com adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade para levar a eles a mensagem de que, sim, viver vale a pena.
Durante uma oficina de valorização da vida, um grupo de adolescentes recebeu uma folha de sulfite. Eles foram convidados a dobrar o papel no formato de um cartão. Depois, vieram as instruções: a primeira página é dedicada à pessoa mais importante da sua vida, faça uma arte e dedique a ela. Na parte interna do cartão, os meninos e as meninas foram incentivados a recordar e escrever sobre os momentos felizes, situações que marcaram de maneira positiva. Por fim, na última parte eles descreveram quais são os seus sonhos. Assim, de uma maneira delicada e acolhedora, a equipe da Associação Comunitária Monte Azul mostrou aos jovens que a pessoa mais importante de suas vidas são eles próprios. Pessoas que têm bons momentos e muitas coisas a realizar no futuro, afinal, viver vale a pena.
“Realizamos um trabalho manual, tudo muito orgânico, temos o registro de uma história e os planos. É sutil, leve e a mensagem é bem simples: vale a pena viver” explica a arteterapeuta Carla Spalding.
“Também produzimos girassol em feltro, com mensagens de valorização da vida e colocamos em um mural e, ainda, em outra oficina, buscamos reconhecer os sentimentos e lidar com empatia com os sentimentos dos outros.”
Giulia, de 15 anos, foi encaminhada pela UBS do bairro para o projeto Iluminando Vidas. “Eu era muito ansiosa, tinha dificuldade de me relacionar e era muito insegura comigo mesma porque eu tenho uma deficiência e precisava de terapia externa”, conta. “Comecei a passar em consultas com psicóloga e a fazer terapias. Com esse acompanhamento fui me sentido melhor. Participar do Iluminando Vidas significa muito para mim, após o projeto eu superei muitas dificuldades”, relata a jovem.
Este conteúdo faz parte da nossa parceria de Setembro Amarelo ao lado da Associação Comunitária Monte Azul. Para cada nova assinatura anual confirmada (seja na versão digital ou na modalidade lover), a Vida Simples fará uma doação ao Ambulatório Médico Terapêutico Monte Azul. Assine e venha fazer a diferença junto com a gente!
Viver vale a pena: conheça o projeto “Iluminando Vidas”
A Associação Comunitária Monte Azul atua na Zona Sul de São Paulo. Ali, desenvolve uma série de projetos com a comunidade seguindo a filosofia antroposófica, que entende o ser humano de maneira integral.
Entre as várias atividades promovidas pela Associação, o projeto “# Empodera – Cuidado Integrado ao Adolescente”, mais conhecido como Iluminando Vidas, nasceu com o objetivo de ampliar a atuação com os adolescentes da comunidade no âmbito da saúde e da educação. Com duração de dois anos, o projeto é desenvolvido pela Associação Comunitária Monte Azul, através do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD) em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania – SMDHC.
“Nesse projeto, focamos no cuidado integral ao adolescente de 12 a 17 anos e atendemos às demandas dessa faixa etária como sexualidade, gravidez precoce, drogas, álcool, masculinidade tóxica, questões de gênero e, claro, valorização da vida — atuamos com medidas para evitar suicídio e a automutilação”, explica Carla.
Os jovens participam de oficinas para fortalecer a autoestima (foto: divulgação / Associação Comunitária Monte Azul)
O trabalho começou em março de 2022 e segue até março 2024. Para dar conta de todos esses temas tão complexos, o projeto conta com três psicólogas (duas que atuam na área clínica e uma especializada em álcool e drogas), além de assistente social, médicos e enfermeiros e uma equipe administrativa, totalizando um time com 18 pessoas.
Oficinas são aplicadas em escolas e também para os pais
A proposta é que o projeto seja aberto a comunidade e o atendimento tem um vínculo com toda a rede que envolve a comunidade: escola, UBS (Unidade Básica de Saúde), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), líderes comunitários entre outros. Os adolescentes podem passar por consultas individuais com médicos e psicólogos e ainda podem participar das oficinas, como a de valorização da vida.
Carla explica que algumas oficinas são levadas para as escolas, como aquelas relacionadas à sexualidade. “Tudo o que fazemos é baseado na antroposofia, por essa razão, a proposta é ser sempre acolhedor. Quando falamos sobre menstruação, por exemplo, apresentamos o corpo da menina, falamos como é essa transformação do corpo de menina para o de mulher, apresenta os órgãos e ensinamos como acolher essa menstruação, principalmente, apresentando meios mais sustentáveis.”
Os pais também são chamados para conversar e trocar experiências no grupo Dedo de Prosa para refletir sobre como mostrar aos filhos que viver vale a pena. “Ficamos impactados com o número alto de meninas grávidas em uma cidade tão grande e rica como São Paulo, por isso a necessidade de conversar e orientar essas adolescentes”, diz Carla.
“Para as futuras mães, elas são acompanhadas por ginecologistas e também por toda a equipe da associação por um período de um ano e nove meses, toda a gestação até o bebê ter um ano. Claro que estamos atentos à saúde da mãe e do bebê, mas também focamos no relacionamento, buscamos uma forma de olhar diferente“, diz.
O Ambulatório acolhe mães e filhos durante um ano e nove meses: do início da gestação, até a fase crucial do primeiro ano do bebê. (foto: Divulgação / Associação Comunitária Monte Azul)
“Queremos que essa mãe se preocupe com alimentação do bebê, mas entendendo o porquê deve ter esse cuidado. Queremos que essa mãe saia do celular e brinque e cante com seu filho e entenda porque isso é importante”, explica.
“Essa menina vai criar uma família mais estruturada, com menos rupturas e essa criança cresce de forma mais sadia”, defende Carla.
Ambulatório Médico Terapêutico possui olhar integral para a pessoa
Há 44 anos a Associação, com a ajuda dos moradores, construiu dentro da comunidade um ambulatório, responsável por fazer um atendimento integrativo, com base na escuta, que avalie as várias dimensões do ser humano, conforme a antroposofia.
Além dos atendimentos médicos e terapêuticos, para os casos mais graves, os especialistas se reúnem na chamada Ciranda Terapêutica, entre outros grupos para estudos de casos clínicos. “Diferentes especialistas se encontram para discutir o caso e a evolução é sempre muito boa. Percebemos que os idosos que estão conosco há muitos anos usam menos remédios e são mais saudáveis”, conta Erica de Souza, médica responsável pelo ambulatório.
“O que percebemos é um aumento do número de pessoas que buscam ajuda para a saúde mental, principalmente os mais jovens, com casos de ansiedade, depressão, autoagressão, pânico, em sofrimento”, diz Erica.
“Acolhemos, fazemos uma escuta verdadeira e atenta, buscamos entender o que não está em harmonia, colocamos esses adolescentes em contato com os seus sentimentos, uma atenção que muitos não têm em casa“, conta Erica.
Como nasceu a Associação Comunitária Monte Azul
A Associação Comunitária Monte Azul foi fundada por Ute Craemer, em 1979. Na época, a educadora alemã decidiu começar um trabalho com as crianças da comunidade e ofereceu sua própria casa como lugar para que pudessem aprender e brincar. Essa seria a semente que germinaria anos depois nos programas educativos da Associação Comunitária Monte Azul.
A Associação realiza o acolhimento de gestantes em situação de vulnerabilidade social para apoiar as jovens nessa jornada (Foto: Divulgação / Associação Comunitária Monte Azul).
A Associação Comunitária Monte Azul tem como um dos motes a sua fundação ter sido feita por um grupo de pessoas que se dedicaram e trabalharam para transformar a realidade, transformando-se a si mesmas. A ONG atua no desenvolvimento humano e comunitário, impactando a vida de uma ampla população através de programas abrangentes que englobam educação, assistência social, cultura e saúde.
Baseada na filosofia da Antroposofia, que considera o ser humano em sua dimensão física-material e psíquico-espiritual, busca a transformação individual e social por meio do diálogo com as comunidades atendidas. Seu trabalho vai além da melhoria material, promovendo encontros e crescimento pessoal entre pessoas de diferentes origens.
Embarque na jornada rumo à valorização da vida com a Vida Simples
Este conteúdo faz parte da nossa parceria de Setembro Amarelo ao lado da Associação Comunitária Monte Azul. O mês nos traz um convite valioso: falar sobre a importância da saúde mental e da valorização da nossa existência – especialmente entre adolescentes e jovens. E Vida Simples reconhece o poder transformador que boas conversas e bons conteúdos podem ter em nossa jornada de bem-estar. Por isso, produziremos, neste período conteúdos que apoiem e inspirem nossos leitores a lidarem com um tema tão delicado e tão relevante. Afinal, viver vale a pena. <3
Além disso, também preparamos uma campanha especial para quem ainda não é assinante: para cada nova assinatura anual confirmada (seja na versão digital ou na modalidade lover), a Vida Simples doará R$10 do valor pago pelo assinante para o Ambulatório Médico Terapêutico Monte Azul. O local oferece apoio à saúde física e emocional, favorecendo o desenvolvimento integral de adolescentes que enfrentam as mais diversas formas de vulnerabilidade, acolhendo e ressignificando suas jornadas de vida.
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